A romaria percorre mais de 1360 quilômetros do rio Guaporé e seus afluentes
Foto: Marcela Bonfim
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A Festa do Divino Espírito Santo iniciou oficialmente nesta segunda-feira,01, na região do Vale do Guaporé. O evento reúne os moradores da região, entre eles, ribeirinhos, quilombolas, indígenas e bolivianos. São 40 dias de peregrinação, com a participação de mais de 40 mil pessoas.
A atividade é realizada há 126 anos em Rondônia. Só não ocorreu em 2020 e 2021 por conta da pandemia do Covid-19. A festa é a única romaria que acontece em rios, também é a única que envolve dois países, o Brasil e a Bolívia.
De acordo com Alécio Valois, doutor em Ciências Políticas e técnico do Patrimônio Histórico e Cultural da Sejucel, a romaria percorre mais de 1360 quilômetros do rio Guaporé e seus afluentes (rio Paraguai, rio São Miguel, rio Branco), durante 50 dias, tanto nas margens direita quanto na esquerda, onde estão localizadas aldeias indígenas e comunidades bolivianas; visita 39 cidades sendo oito bolivianas e 31 brasileiras.
Foto: Marcela Bonfim
Ainda segundo ele, as pessoas de ambos os países se percebem como comunidade, e esse processo de construção não é geopolítico, e sim fruto de um constructo cultural, ou seja, uma dimensão que vai para além da ideia de nacionalidade, bandeiras ou fronteiras, pois, para os devotos, o que parece importar são as relações de sociabilidades que foram sendo construídas ao longo do tempo, nas fronteiras dos dois países pelo evento religioso.
Patrimônio Histórico
Devido a sua importância histórica, o Governo do Estado reconheceu em janeiro de 2022 que a Festa do Divino Espírito Santo como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado.
Origem
A Festa do Divino Espírito Santo surgiu em Portugal e remonta ao século XIV quando os portugueses celebravam a terceira pessoa da trindade. Nessas celebrações, ofertavam-se banquetes coletivos às pessoas carentes. Além de muita comida, também davam esmolas. Celebrações que ainda ocorrem em algumas regiões de Portugal.
Com a colonização do Brasil, os portugueses trouxeram a tradição dos festejos religiosos, sendo ainda hoje muito forte em cidades como Mogi das Cruzes (SP), Paraty (RJ) e em Rondônia.
Com informações da Secom/Governo-RO
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