Mesmo produções que optam por uma linguagem especificamente voltada para o jovem têm potencial de provocar reflexões sobre temas universais
Foto: Divulgação
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Há quem pense que filmes sobre crianças e adolescentes são feitos exclusivamente para o público na faixa etária dos protagonistas. No entanto, mesmo produções que optam por uma linguagem especificamente voltada para o jovem têm potencial de provocar reflexões sobre temas universais e criar identificação em espectadores de qualquer idade.
Veja sete filmes nacionais que abordam a infância ou a adolescência e que são dirigidos e/ou protagonizados por mulheres.
Alice Júnior (2019)
Direção: Gil Baroni
Anne Celestino Mota ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Brasília pelo trabalho neste filme, que usa tom leve e a estética das redes sociais para abordar temas sérios como transfobia e bullying. A protagonista é Alice Júnior, jovem youtuber que tem de se mudar da capital pernambucana para uma pequena e conservadora cidade no interior do Paraná. Enquanto tenta se adaptar à nova realidade, ela também busca realizar seu maior sonho: dar o primeiro beijo.
Imagem do filme Alice Júnior, na qual mostra duas adolescentes mulheres se olhando e sorrindo. (imagem: divulgação)
As duas Irenes (2017)
Direção: Fabio Meira
Irene tem 13 anos e faz uma descoberta surpreendente: seu pai tem uma segunda família, incluindo uma filha com o mesmo nome e a mesma idade dela. Sem revelar o segredo a ninguém, ela decide fazer amizade e saber como é a vida da outra Irene. O filme marca a estreia de Fabio Meira na direção de longas e é estrelado por Priscila Bittencourt e Isabela Torres, escolhidas após testes com cerca de 200 jovens de Goiás e Brasília.
Imagem do filme As duas Irenes, na qual mostra duas meninas adolescentes. Elas estão em um quarto e olham para a câmera.
As duas Irenes, de Fabio Meira (imagem: divulgação)
Balú (2012)
Direção: Paula Gomes
A diretora Paula Gomes é conhecida principalmente por Jonas e o circo sem lona (2015), ótimo documentário sobre a paixão de um garoto baiano pelo circo. A história real de Jonas dialoga com a trama fictícia do curta Balú, rodado alguns anos antes. No filme, o ator Deivid Silva interpreta um menino que tem o vira-lata Balú como seu grande amigo. Quando o cachorro desaparece subitamente, o garoto sai para procurá-lo e, no caminho, descobre um mundo que não conhecia. Em tempo: tanto Jonas quanto Balú podem ser vistos na Itaú Cultural Play.
Imagem do filme Balú, a qual mostra um menino negro. A fotografia foco o rosto da criança.
Balú, de Paula Gomes (imagem: divulgação)
Cores e botas (2010)
Direção: Juliana Vicente
O curta-metragem de estreia da diretora Juliana Vicente foi realizado há mais de dez anos e já era ambientado no passado, mais precisamente na década de 1980. No entanto, continua relevante no modo como retrata o racismo na mídia e na sociedade brasileira. No centro da história está Joana (Jhenyfer Lauren), fã da apresentadora Xuxa Meneghel que tem o sonho de ser paquita. Ela se inscreve em um concurso e treina duro – mas Joana é uma menina negra, e nunca houve uma paquita negra.
Imagem do filme Cores e botas, a qual mostra duas crianças lado a lado. A menina no canto esquerdo da imagem é negra e está sorrindo. A segunda menina, no canto direito da imagem, é branca e olha para o canto da tela.
Cores e botas, de Juliana Vicente (imagem: divulgação)
Deslembro (2018)
Direção: Flavia Castro
A ditadura militar e seus desdobramentos são temas-chave do cinema de Flavia Castro, filha de militantes que lutaram contra o regime e passaram anos no exílio. Em Deslembro, seu primeiro longa de ficção, ela narra o amadurecimento de Joana (Jeanne Bournier), adolescente brasileira que cresceu na França, onde a mãe se exilou. Quando a anistia é decretada, a família volta para o Rio de Janeiro e Joana entra em contato com uma triste parte de sua história: o desaparecimento do pai nos porões do Departamento de Ordem Política e Social (Dops).
Imagem do filme Deslembro, que mostra duas crianças e uma mulher brincando na chuva.
Deslembro, de Flavia Castro (imagem: divulgação)
Mulher do pai (2016)
Direção: Cristiane Oliveira
Ganhador de três prêmios no Festival do Rio, inclusive o de Melhor Direção de Ficção, o primeiro longa-metragem de Cristiane Oliveira foca na relação entre pai e filha. Ruben (Marat Descartes) é um homem de meia-idade que ficou cego muito jovem; Nalu (Maria Galant), uma adolescente que vive o despertar sexual. Os dois foram criados quase como irmãos por Olga, mãe de Ruben e avó de Nalu. Mas, após a morte de Olga, terão de aprender a ser pai e filha e a cuidar um do outro.
Imagem do filme Mulher do pai, que mostra um homem e uma menina encostados numa parede do lado de fora de uma casa. A porta, entre as duas pessoas, está aberta.
Vida de menina (2003)
Direção: Helena Solberg
A cineasta Helena Solberg é mais conhecida por seu trabalho no documentário, mas também dirigiu este longa-metragem de ficção, que adapta os diários de Helena Morley, pseudônimo da autora Alice Dayrell Caldeira Brant. Assim como no livro, publicado em 1942, o filme acompanha o cotidiano de Helena, adolescente que vive na cidade mineira de Diamantina no fim do século XIX. Protagonizado pela atriz Ludmila Dayer, pode ser visto na Itaú Cultural Play.
O filme pode ser assistido no https://www.itauculturalplay.com.br/
FONTE: ITAÚ CULTURAL - LUÍZA PÉCORA
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