Segundo Abrasel, há um decréscimo de 30% no faturamento de bares, restaurantes e hotéis durante o período de Carnaval na capital
Foto: Divulgação
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“Devido a desorganização, o Carnaval de Porto Velho é o único do Brasil que em lugar de gerar renda para o Município (arrecadação de impostos) e para o comércio (bares, lojas restaurantes e hotéis) beneficia financeiramente unicamente os dirigentes dos blocos carnavalescos, que utilizam as ruas como se fosse um clube”.
A declaração é do empresário da área de gastronomia Bruno Holanda, que vem lutando desde 2015, e de forma mais acirrada há dois anos, para que a folia de rua de Porto Velho se organize e, dessa forma, se torne lucrativa para todos.
Junto com ele nessa briga estão o Clube de Diretores Lojistas (CDL), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e o Sindicato dos Hotéis (Sindhotel). “Essa é uma questão que diz respeito ao poder público”, afirma.
De acordo com o empresário, os bares e restaurantes do entorno precisam fechar as portas durante o carnaval e colocar tapumes nas vidraças para proteger o patrimônio e, assim, evitar que sejam quebradas.
Ambev desiste de patrocínio
“Para se ter uma ideia”, afirma o empresário, “ano passado a Ambev queria fazer um aporte de patrocínio, mas depois de análise de mercado, desistiu de associar a sua marca ao carnaval de rua Porto Velho devido a desorganização”.
De acordo com ele, levantamento feito pela Abrasel mostra que há um decréscimo no faturamento de bares, restaurantes e hotéis durante o período de Carnaval na capital. “É a única cidade do Brasil que acontece isso”, disse.
Gasto público
O poder público, segundo ele, investe alto na festa popular, mas não tem retorno algum por meio dos impostos. “Ano passado o Município gastou mais de R$ 150 mil em horas extras para pagar pelo serviço dos servidores da Secretaria de Trânsito, isso sem falar da Semusb (limpeza), assim como os gastos que o Estado tem com o efetivo da PM. Tudo isso para contemplar apenas os blocos”, pontuou, acrescentando que eles (donos dos blocos) têm um gasto mínimo com esses serviços.
TAC- MP
Bruno explicou que esse imbróglio é objeto de inquérito no Ministério Público do Estado (MP-RO) desde 2015. Desde essa época, segundo ele, foi assinado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas os blocos não cumprem.
Qual a solução?
Holanda defende que o Carnaval daqui seja realizado em local adequado, com estacionamento, segurança privada e banheiros químicos, onde se pode, a exemplo de Recife, ter uma arena gastronômica.
Se for organizado, as empresas terão interesse em patrocinar, os turistas virão para Porto velho e a população local terá maior interesse em participar, movimentando a economia local. “A Prefeitura deveria ser a maior interessada nesse processo, pois ganhará com a arrecadação de impostos”, declarou.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!