O artista plástico, 64 anos, aprendeu sozinho a profissão, observando ruas e igrejas de Olinda e do Recife
Foto: Divulgação
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O artista plástico pernambucano J. Messias é um homem de fé. Enquanto as pessoas ouviam música, bebiam ou dormiam em redes, durante uma viagem de barco entre Porto Velho e Manaus ele orava o tempo todo. “Fiz isso, porque sou grato a Deus pelo cenário que muito me inspirou na pintura de quadros com motivos amazônicos”, destaca.
Sua mostra denominada “As Cores a Serviço da Arte” irá até o próximo dia 13 de julho na galeria Afonso Ligório, na Casa de Cultura Ivan Marrocos, no centro de Porto Velho.
José Messias, pai de duas filhas, tem 64 anos e aprendeu sozinho a profissão, observando ruas e igrejas de Olinda e do Recife. Algumas telas mostram homens e palhaços gigantes que ele conheceu ainda menino, transportando-os da memória já em Porto Velho.
“Nasci em Porto de Galinhas e decidi adotar a temática do preenchimento de todos os espaços de um quadro, mostrando cores diversas; procurei não imitar ninguém, não seguir nenhum estilo de época, nem escola de arte”, detalha.
Assim, 55 anos atrás, começou a desenvolver sua própria técnica para produzir, por exemplo, o quadro “As cores fortificam a paz”.
Em misturas aplicadas ao acrílico e óleo sobre tela, J. Messias tem produção admirável. Os 28 quadros de sua atual mostra foram todos produzidos em 2019. Pássaros e peixes soltos por todo o quadro mostram o índio com o pilão, no qual soca e mói grãos alimentícios. “A emoção”, outro quadro, expõe a cabocla morena de longos cabelos, com a pomba branca em seu ombro esquerdo.
A cara do Brsail
Em sua exposição também se vê a cara do Brasil: uma vendedora vestida de chita, olhos esverdeados, outra com moringa na cabeça, e a negra de olhos castanhos.
A predominância dos olhos femininos é o verde, mas no quadro “Vidas entre o colorido” ele pintou uma mulher com olhos azulados. “A curadora recebeu ligações de uma senhora da Alemanha, que se interessou pelo floral multicolorido e pediu fotos”, diz.
“Além de usar com maestria as cores, J. Messias é um artista com um coração brasileiro, mostrando sempre temas regionais, do nosso folclore, com detalhes preciosos, brilhantemente colocados, encantando nossos corações”, opina a artista plástica, professora e curadora Ângela Schilling. “Seja como for, ele nos inspira para o melhor em cada um de nós”, ressalta.
Segundo Ângela, nas pinturas de Messias percebem-se cores vibrantes nas quais ele usa muito bem todos os aspectos da interinfluência: fundos diferenciados, luminosidade, reflexos, contrastes, entre outros.
Máquina fotográfica
Considerando-se, definitivamente, dono do próprio estilo, J. Messias lembra a transição: “Depois que surgiu a máquina fotográfica, as artes plásticas precisaram seguir seu próprio caminho, e o movimento modernista* veio, então, com a tentativa de pôr fim à arte acadêmica”.
Na visão do artista, atualmente esse estilo não entra mais no salão, onde se expõe arte contemporânea. E foi por ela que recebeu três prêmios na competição estadual: 1º lugar em cultura (1997), e menções honrosas (1998 e 2017).
No início dos anos 1990, exposições em Porto Velho vendiam acima de 20 quadros. “Eu fui campeão de vendas, sempre agradava”, conta.
Serviço
Local: Casa da Cultura Ivan Marrocos
Avenida Carlos Gomes nº 563 Bairro Caiari
Horários: 8h às 17h30 (segunda a sexta-feira); aos sábados, das 9h às 14h.
Valores do quadros: Vai de R$ 400 a R$ 1,5 mil.
Fonte: jornalista Montezuma Cruz - Secom /Governo
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