VIOLÊNCIA – A nossa guerra civil de todos os dias – Por Confúcio Moura

VIOLÊNCIA – A nossa guerra civil de todos os dias – Por Confúcio Moura

VIOLÊNCIA – A nossa guerra civil de todos os dias – Por Confúcio Moura

Foto: Divulgação

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O Brasil vai bem para um lado, vai mal para outro, fica de cima, debruço e virado. Alegre num dia, no outro também, nem falo da Copa do Mundo, nem do frevo, do samba, carnaval embalado. E lá vem a tristeza com a bala perdida, que foi acertada na testa do outro, do furto, do roubo, do moço caído, mortinho da silva, nem se viu morrer, nem sentiu a morte embalada pelo crack da vida.
 
E todo dia morre dia, morre gente, de morte matada. Morre o negro. Morre o jovem.
 
Um branco de quando em vez. A negritude da morte, vestida de capa de bruxa, voando sobre o nosso país varonil. Estão soltas as bruxarias nas mortalhas sobre o povo brasileiro. Pode vir de todo lado, do roubo do banco, do seqüestro relâmpago, de dentro da cadeia, de fora dela também, vem do morro, vem da praia, do boteco, da balada. A “balada” já diz tudo. A matança pode vir de um sem número de motivos. Quase sempre do quase nada, que é muito, que é tudo, porque um homem que tomba, toda a humanidade tomba também.
 
O Brasil vai muito bem. Vai pra onde, meu Brasil? Vai subindo a engrenagem, adeus dívida externa, adeus Belém do Pará, desce o dólar, sobe a bolsa, me valha meu São Jorge querido, ajude-me a domar o dragão da inflação. Aquiete-se aí sua danada, aquiete-se aí senão o Banco Central sobe o juro. Aquiete-se aí no seu canto. E tudo por aqui vai muito bem, farto crédito, classe média subindo, enquanto isto a nossa guerra civil continua sem nenhuma trégua.
 
É a violência, minha gente. A violência. É como se tivéssemos aqui muitos brasis brasileiros. É a nossa guerra santa de nós contra nós mesmos. Os nossos vários brasis lutando entre si numa verdadeira guerra separatista. Os maragatos x farroupilhas x canudos x mascates x guerrilha do Araguaia x sabinada, tudo que é antigo, sem lei, sem ordem, sem sentido, volta agora, ressuscitado numa contemporânea luta contra um abismo de lógica e fundamento.
 
 
É o nosso mestiço matando o nosso mestiço. É cada um querendo o seu pedaço de território, é o outro só querendo matar, tem gente que nem quer saber, só gosta mesmo é de ver cair, cair o morto e depois sair por aí limpando as mãos como se nada tivesse acontecido. É a mais absoluta falta e agora me falta também a palavra, a mais absoluta falta... talvez de alma, talvez de amor, talvez de importância da própria vida.
 
E o Brasil melhora na sua economia. Melhora a nossa imagem externa no mundo. Todo mundo com o celular no bolso. Todo mundo no Orkut. O menino na lan house jogando o dia inteiro. Enquanto isto a escola cai aos pedaços. Os professores morrem de medo dos alunos. Os pais não querem nem saber – pondo a culpa sempre no governo. E a gente fica sem saber por onde começar.
 
Por onde começar?
 
Por onde começar a se por ordem neste pedaço? Tem um perigo muito grande é o de infelizmente, muito infelizmente mesmo, o povo brasileiro acreditar que tudo tem que ser assim mesmo. Este pensamento fatalista. Se infelizmente o povo brasileiro, em sua maioria, tiver este pensamento de que todo mundo deve ser esperto, tirar vantagem de tudo, fazer coisa errada e ser perdoado, vistas grossas pra tudo. Aí é o fim do mundo. Podemos até ficar com boa imagem lá fora, no Irã ou em Cuba, mas, feio na foto aqui dentro de casa.
 
Vamos fazer um grande pacto – uma nova carta aos brasileiros – e o artigo primeiro será a educação integral para todos. Artigo segundo – enfrentar o crime sem medo e nem temor. De frente mesmo. Tendo como lema principal – a justiça igual para todos.
 
Tirar dinheiro do arco da velha para educação. Tirar dinheiro do pré-sal das almas para a educação. Tirar dinheiro de todos os fundos dos poços para educação. De todas as contribuições para a educação. E até que ela dê resultado claro a gente vai agarrando no chifre da bagunça, tacando pimenta nos olhos da bandidagem e se deve começar em casa, dando exemplo, na repartição dando exemplo, na prefeitura, dando exemplo, no governo e na presidência da república também. A austeridade e o bom comportamento na vida cotidiana geram filhos.
 
E ainda tem o nosso bendito modelo prisional. Que é o máximo do mau comportamento. Neste momento o Estado regride o infinito de si próprio, o infinito pra baixo do pré-sal. E o pior dos exemplos que se pode dar. O Brasil Inquisidor, de masmorras medievais e que ainda finge que tudo deve ser assim mesmo. Tem tanta tecnologia por aí, e o mundo todo vigiado eletronicamente, o preso chipado, o preso multado, o preso recuperado, o preso tratado, o preso alfabetizado, o preso capacitado, o preso domiciliado, enfim, o preso punido, sentido, culpado. Mas, ao menos ressocializado.
 
Para se combater a violência deve-se ter uma consciência permanente com a paz.
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