Nesta quinta-feira (8), a Prefeitura de Porto Velho, por meio da Superintendência Municipal de Comunicação (SMC), confirmou para o Rondoniaovivoque a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Rio Branco não tinha autorização para derrubar as árvores plantadas por alunos e professores no entorno do colégio.
O jornal apurou, em contato com o SMC, que a Secretária Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA) autorizou, após uma visita técnica, a erradicação de duas espécies de árvores: Cajá e Oiti - e somente a poda das demais árvores.
A escola extrapolou a autorização e derrubou árvores Cojoba - também conhecidas como ‘brinco-de-índio’. A derrubada dos pés de Cajá e Oiti foi autorizada pela SEMA por causa da proximidade das árvores com o muro da escola e com a rua. As árvores que precisavam ser derrubadas ofereciam risco de contato com a rede elétrica de alta tensão.
FOTO: Licença da SEMA permitia derrubada apenas de duas espécies. Rondoniaovivo.
As árvores Cojoba que foram derrubadas estavam longe do muro e da fiação. “Fiquei surpresa com a derrubada das árvores. Estavam longe da escola e longe da fiação - aliás, nem iam atingir a rede elétrica, pois são espécies de tamanho médio”, contou Mônica S, professora que fez parte do plantio das mudas ouvida pelo jornal.
Ela registrou uma denúncia junto à secretaria. A SMC declarou ao jornal, via e-mail, que a situação será verificada. Em Porto Velho, o corte e poda de árvores em área pública ou privada, sem autorização da Prefeitura, é crime ambiental e o infrator está sujeito às penas previstas em lei e multas em dinheiro.
O Rondoniaovivoprocurou ouvir a Escola Rio Branco. O diretor do colégio, sem mostrar a autorização da SEMA, disse que tinha sim aval para derrubar as árvores. “Não derrubamos árvores. O que foi cortado era mato”. Ele também falou que não pretende fazer a compensação pelas árvores cortadas.
Arborização em ambientes urbanos
O plantio das árvores Cojoba foi realizado por alunos da escola sob supervisão do professor Joselito S., em uma atividade de classe eletiva.
O plantio foi registrado em um vídeo, que competiu na 1ª Mostra de Vídeo Ambiental de Rondônia. À época, o projeto “Arborização: como criar zonas de frescor em ambientes urbanos” rendeu prêmio de 2º lugar na competição para o professor e para os alunos.
Quando trabalhou no Rio Branco, o próprio Joselito cuidava da área das árvores. As proteções de madeira instalada em torno das mudas foram compradas com verba da disciplina eletiva do Novo Ensino Médio.
Apesar disso, o diretor da escola disse desconhecer o projeto.