Os alunos do terceirão vespertino da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Prof. Daniel Neri da Silva estão sem professor desde março deste ano.
Na última sexta-feira (07) o
Rondoniaovivo ouviu um aluno, Paulo F.*, que é de uma turma do 3º ano do ensino médio. Ele disse que ele e seus colegas de classe não estão tendo aulas de língua portuguesa há mais de três meses.
A maior preocupação do estudante é a proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Cada vez mais perto, as provas - que serão aplicadas em novembro - são a porta de entrada para o ensino superior em universidades públicas e privadas. “A matéria é importante para basicamente tudo. Vamos estar em desfalque - e vamos ser prejudicados. Queria fazer uma reclamação aqui [no jornal] para ver se alguma autoridade maior nos dá uma solução”, disse o estudante.
Para além de Paulo, o jornal ouviu outros dois estudantes (que, temendo represálias, não se identificaram para a reportagem) da mesma turma - que confirmaram a situação. Os estudantes disseram que tentaram reclamar com a direção da escola, que é chefiada pela educadora Gerlliany Fernandes de Lima.
Todas as vezes, a resposta da diretoria e até de alguns professores é a mesma: “Eles falam que o pedido já foi feito para a Seduc [Secretaria de Estado da Educação], eles falam que vão enviar mas até hoje… nada”, continuou Paulo. O estudante lamentou a situação. “É triste que as escolas do centro da cidade tenham uma prioridade maior que as da periferia. Eu entendo o porquê, mas não deixa de ser triste”.
“Elas [as outras escolas] não podem ficar sem professor de educação física, mas nós podemos ficar meses sem professor de português - que é uma matéria tão importante, principalmente agora que nós vamos fazer ENEM ou prestar vestibular - porque não somos tão importantes para ‘eles’.”, desabafou Paulo.
OUTRO LADO
O jornal tentou contato com a escola por telefone, no número (69) 3226-1607, e não foi atendida. A reportagem também tentou contato com a Seduc, via e-mail e Whatsapp. Até o momento da publicação deste material, o Rondoniaovivo não recebeu resposta de ambos. O espaço permanece aberto.
* O estudante entrevistado é menor, e o jornal não publica o nome de crianças e adolescentes. ‘Paulo F’ é um pseudônimo.