Pesquisadores da Unifesp desenvolveram um modelo de inteligência artificial capaz de diagnosticar o pterígio conhecido popularmente como “carne crescida” nos olhos com 91% de precisão a partir de fotos tiradas por celular. O estudo, que valida o uso da tecnologia em regiões remotas da Amazônia, representa um avanço no combate à cegueira evitável.
O pterígio é uma doença que provoca o crescimento anormal de um tecido sobre a córnea e pode levar à perda parcial ou total da visão se não for tratado. Na Amazônia, ele afeta cerca de 59% das pessoas acima de 40 anos, sendo a segunda principal causa de cegueira na região.
A ferramenta usa um algoritmo treinado com milhares de imagens de olhos, permitindo que agentes de saúde façam a triagem de pacientes mesmo sem equipamentos especializados. As fotos são analisadas pelo sistema, que indica a probabilidade de presença da doença e ajuda a direcionar atendimentos oftalmológicos.
Segundo os pesquisadores, o modelo tem baixo custo, não depende de conexão constante à internet e pode ser incorporado a programas de atenção primária à saúde. O objetivo é facilitar o diagnóstico precoce e reduzir os casos de cegueira em áreas de difícil acesso na Amazônia.