Um relatório da UNESCO, divulgado pela CAPES, acendeu o alerta para a escassez mundial de professores na educação básica. Até 2030, o planeta precisará de 44 milhões de novos docentes para garantir o acesso universal à educação sendo 3,2 milhões apenas na América Latina e no Caribe. O déficit é mais grave em regiões rurais e vulneráveis, onde a evasão docente é alta e a reposição, lenta.
No Brasil, o cenário é preocupante. O número de professores com menos de 24 anos caiu 42% nos últimos anos, evidenciando o envelhecimento e a falta de atratividade da carreira. Jornadas exaustivas, baixos salários e acúmulo de funções têm afastado os jovens da docência, especialmente nas áreas de Física, Química e Matemática, que já enfrentam escassez de profissionais em diversos estados.
A diretora da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto, destacou que sem professores valorizados e bem formados, 'não será possível resgatar a importância central desses profissionais' na construção de uma educação equitativa.
Para enfrentar a crise, o governo aposta em programas como o Parfor e a Residência Pedagógica, voltados à formação e fixação de docentes. A CAPES também anunciou parcerias com universidades e organismos internacionais para buscar soluções duradouras.
Mesmo assim, especialistas alertam: sem políticas estruturais de valorização e melhores condições de trabalho, o mundo pode viver uma das maiores crises docentes das últimas décadas e o Brasil está no centro desse desafio.