ELAS: Empreendedorismo feminino cresceu 41% no Brasil, aponta levantamento

Estudo aponta elevação global no número de mulheres que decidiram iniciar um negócio próprio. A maioria delas trabalha dentro de casa

ELAS: Empreendedorismo feminino cresceu 41% no Brasil, aponta levantamento

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Mesmo com a crise causada pela pandemia do covid-19, as mulheres conseguiram se destacar no segmento do empreendedorismo. De acordo com os dados do LinkedIn, a participação feminina no setor cresceu globalmente. Em 2020, o Brasil registrou um salto de 41% entre as mulheres que iniciaram algum negócio próprio. Entre os homens, o crescimento foi de 22%. Os números foram comparados com o ano de 2019.

 

Segundo o levantamento, o aumento é entendido como consequência de uma série de desafios que as mulheres enfrentam em suas vidas profissionais. Entre eles, está o fato de que a pandemia fez com que muitas delas assumissem a dupla responsabilidade de trabalhar e cuidar de casa e/ou família, forçando-as a buscar mais flexibilidade do que a oferecida por seus empregadores.

 

Karol Rosa, 35 anos, é um desses exemplos. Ela abriu uma empresa de moda feminina com o intuito de ajudar financeiramente em casa durante o período mais crítico da cavid-19. "Durante a pandemia meu marido teve que sair de um dos empregos que ele tinha. Desta forma, abri o negócio para completar renda dentro de casa", disse.

 

Mas a empresa se destacou por meio da internet, e trouxe muitos clientes. "Eu me surpreendi com o desenvolvido em tão pouco tempo. Em um ano, eu alcancei uma renda própria", explicou. "Depois de estudar muito - porque para se destacar tem que saber as estratégias para o negócio crescer -, alcancei meu primeiro objetivo, e agora sigo para um maior."

 

Os dados também mostraram que a representação da liderança feminina no Brasil é de apenas 27%, o que coloca o país na 27ª posição dos países citados pela pesquisa e abaixo da média global de 31%. Além disso, a pesquisa aponta que a probabilidade de promoções internas à liderança para os homens foi 52% maior em relação às mulheres, em média, no ano passado.

 

"Durante a pandemia, as mulheres tentaram assumir o controle de suas carreiras criando seus próprios negócios, porém, as empresas ainda precisam fazer muito mais para diminuir a diferença de gênero em termos de representação feminina em cargos de liderança e promoção de mulheres para posições de gestão para criar um mundo de trabalho mais equitativo e inclusivo", destaca Ana Claudia Plihal, executiva de soluções de talentos do LinkedIn no Brasil.

 

Antes da pandemia

 

A escassez de trabalho durante a crise sanitária é apontada como um dos fatores que impulsionaram a alta, mas, embora a pandemia tenha aumentado a parcela de mulheres que empreenderam, o estudo evidencia que esse movimento não é uma novidade.

 

Desde 2016, quando os dados passaram a ser coletados pela rede social profissional, a participação feminina no empreendedorismo vem crescendo de forma mais acelerada. Em 2019, a alta foi de 19% entre as mulheres e 10% entre os homens, em relação ao ano anterior. Mesmo com uma desaceleração após o pico de 2020, as participações acumulam um crescimento de 99% entre as mulheres e 54% entre os homens entre 2016 e 2021.

 

Como exemplo, a história da mineira Camila Guerra, que abriu uma hamburgueria dentro de casa, em 2015, obstinada a entrar para o top 10 do ranking nacional de fast food. Camila conta que começou apenas com um fogão, uma panela e R$ 800 no bolso. Ela criou sua própria receita de molho e começou a fazer entregas de lanches em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A ideia surgiu quando teve vontade de comer um hambúrguer, mas não pôde ser atendida, porque morava fora do raio de atuação de um delivery da capital.

 

A empresária explicou que o delivery ajudou na evolução do negócio, que cresceu ainda mais durante o confinamento motivado pela pandemia. Segundo a empreendedora, se a American Burger Delivery fosse uma pessoa, seria daquelas que nascem com sorte. "Mas não foi sorte. Atribuo o sucesso que temos tido à minha capacidade de realizar tudo o que imagino. Sempre que tenho uma ideia, vou lá e executo. Assumo riscos, encaro as dificuldades e tomo decisões", revelou.

 

Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o Global Entrepreneurship Monitor 2020, mostram que mulheres correspondem a 46% dos empreendedores iniciais (com até 3,5 anos de empresa) segundo relatório GEM, 2020. De acordo com números do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), 2019, 57% das empresas se enquadram na categoria de Microempreendedor Individual (MEI) e 54% são do segmento de serviços.

 

A maioria das empreendedoras atua em casa e em negócios voltados à alimentação, moda e beleza. Daniela Flores, 41 anos, trabalha há 12 anos com artesanato. "Com o nascimento de uma sobrinha comecei a fazer acessórios infantis, neste período eu ainda conciliava o artesanato com outra atividade, com carteira assinada. Com o tempo, eu vi que poderia viver disso e há cinco anos me dedico exclusivamente a isso", contou.

 

Em 2019, ela abriu uma loja colaborativa, cedendo espaço também para outras artesãs, onde começou a fazer outros tipos de trabalhos manuais, como imagens religiosas e fantasias infantis. Com a pandemia, Daniela precisou fechar o estabelecimento e decidiu seguir com o ateliê em casa. Hoje ela expandiu sua produção e acaba de começar a se dedicar também ao segmento de moda pet.

 

Apesar do crescimento do número de mulheres à frente de seus negócios, o estudo do LinkedIn apontou que elas continuam sub-representadas em cargos de liderança globalmente, ocupando menos de um terço desses espaços na maioria dos países. Enquanto as mulheres dominam quase 46% dos cargos de nível básico no Brasil, elas ocupam pouco menos de um terço 35% dos cargos de gestão e menos de um quarto 23% dos cargos de liderança sênior (C-level).

Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Rondoniaovivo quer saber: quantas vezes você, leitor de Porto Velho, acessa o jornal por dia?
Onde você pretende comemorar o Natal?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS