Polícia indicia empresário André Gerdau e mais 18 por fraude à Receita

Polícia indicia empresário André Gerdau e mais 18 por fraude à Receita

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Foto: Divulgação

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 A Polícia Federal indiciou o empresário André Gerdau e mais 18 investigados na 6ª fase da Operação Zelotes, entre conselheiros e ex-conselheiros do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), advogados e membros da diretoria da empresa siderúrgica Gerdau, suspeita de tentar sonegar R$ 1,5 bilhão. André Gerdau foi indiciado por corrupção ativa.

A PF encaminhou à Justiça Federal em Brasília, na sexta-feira (13), o relatório final do inquérito. O indiciamento ocorre menos de três meses depois do início da 6ª fase da Zelotes.

Em nota ao UOL, a Gerdau afirmou que "(...) até o momento, não recebeu informações oficiais sobre o tema e que se pronunciará somente após ser notificada".

Advogado negou corrupção

Em fevereiro deste ano, o empresário André Gerdau, presidente da empresa, foi alvo de mandado de condução coercitiva --quando a pessoa é obrigada a depor.

Na ocasião, o advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende Gerdau, afirmou que "eles não sonegaram absolutamente nada". Segundo o criminalista, "existe um auto de infração e eles (Gerdau) usaram o recurso que a lei permite".

"Foram ao Carf. A contratação de escritório de advocacia não ocorreu para corromper ninguém. Seria paga uma taxa de êxito, mas como não houve êxito nenhum, não se pagou nada. Em três ou quatro casos, um único foi julgado e a Gerdau perdeu, o que demonstra que não havia nenhuma corrupção. Aí estourou a operação (Zelotes), e os outros procedimentos não foram nem julgados. Ou seja, nunca pagaram nada para advogado nenhum nem sonegaram nada. Estavam apenas pedindo ao Ministério da Fazenda o que achavam que era direito", disse o advogado, na ocasião.

Polícia trabalho junto com a Receita

Ao longo de 176 páginas, o relatório da PF lista "uma série de provas" obtidas pelos policiais e indicia os investigados por corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência entre outros crimes.

"O indiciamento ágil por parte da Polícia Federal tem o objetivo de evitar a prescrição dos crimes e, assim, a impunidade", destaca nota divulgada pela PF nesta segunda-feira (16).

A Polícia Federal contou com o apoio da Receita Federal.

A PF informou que, mesmo com envio do relatório à 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, continua a análise do material apreendido durante as buscas, o que pode resultar em novos indiciamentos e dar início a outros inquéritos.

Esquema continuou após investigação, diz PF

A 6ª fase da Zelotes foi deflagrada no dia 25 de fevereiro de 2015. Policiais federais cumpriram medidas judiciais em cinco unidades da federação.

Durante a investigação, foi constatada a existência de um esquema para manipular e influenciar decisões do Conselho de Recursos Administrativos (Carf), por meio da corrupção de conselheiros, para beneficiar empresas que tinham sido condenadas em instâncias inferiores.

A empresa siderúrgica brasileira Gerdau, que possui operações industriais em 14 países, fechou contratos com escritórios de advocacia e consultorias para esse objetivo, segundo a polícia.

Mesmo após o começo da Operação Zelotes, em 26 de março de 2015, a polícia diz ter encontrado evidências de que o esquema continuou operando, com conselheiros e ex-conselheiros do Carf, advogados e a Gerdau.

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