O puxa e encolhe do governo Dilma e o descaso com os soldados da borracha
Foto: Divulgação
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31 de março de 2014
Revolta! Essa é a expressão que pode ser usada para demonstrar toda a indignação e sentimento de injustiça hoje experimentados pelos Soldados da Borracha ainda vivos espalhados pelos rincões da Amazônia e Brasil afora.
Como um fruto maduro que apodrece no cacho, o direito à equiparação salarial dos últimos sobreviventes da velha guarda de seringueiros da lendária Batalha da Borracha, está virando fantasia. No último dia 19 de março (quarta-feira), data em que a PEC 61/ 2014 iria ser votada na (CCJ) Câmara de Constituição e Justiça do Senado Federal como nova proposta de redação de equiparação do senador Aníbal Diniz PT/AC, mais uma vez teve sua votação adiada. No dia da sessão a senadora Gleisi Hoffmann, que representa o Governo Dilma, disse que o governo não pode atender todas as reivindicações, fazendo referência ao novo valor salarial apresentado que é de (R$ 3.789,00), mais uma compensação de (R$ 25.000,00), em sua fala a parlamentar pediu uma nova negociação, desprezando a proposta salarial já existente.
Foi pela segunda vez que a senadora Gleisi Hoffmann PT/RS, paralisou e pediu o adiamento da votação da matéria, segundo ela o governo não tem condições em atender a nova proposta e que se hoje fosse votada no Senado Federal e encaminhada à Câmara, os deputados federais poderiam não aceitar o valor proposto e a enviariam novamente ao senado, o que demoraria anos para ser votada.
Desse modo “esquece” a senadora que nenhuma reivindicação dos Soldados da Borracha foi atendida até hoje, e que, quem não quer deixar votar a proposta é a própria Presidente Dilma Rousseff, que vem empurrando a questão desde o ano que assumiu o poder (2011), desde essa época até os dias atuais, o governo vem ganhando tempo e enrolando a categoria dos Soldados da Borracha, comenta representantes do Sindicato dos Soldados da Borracha. Durante esse período para tratar da questão dos Soldados da Borracha participaram a Ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário aceitando denúncia dos representantes e realizando reuniões, logo a seguir o Ministro da Secretaria da Presidência Gilberto Carvalho que de forma exaustiva deu um “chá” nas tentativas de negociar entre o sindicato e governo, depois a Ministra Ideli Salvati das Relações Institucionais jogando também para outro lado as reivindicações da categoria, inclusive proibindo de participar das reuniões os verdadeiros representantes da classe (sindicalistas), e agora por último quem vem tratando da questão é a senadora Gleisi Hoffimann que vem solicitando adiamento da votação, diz George Telles vice-presidente do sindicato em Rondônia.
A data para a nova votação ficou marcada para a próxima quarta-feira dia 02 de abril, a antiga proposta do governo em dar um aumento para a classe de (R$ 144.00 ) sobre o vencimento atual tornando o salário em (R$ 1.500,00) mais a compensação de (R$ 25.000,00) não atende e não interessa a categoria. Na verdade o Governo Federal até agora não tem interesse em reconhecer o grande sacrifício humano empregado pelos soldados da borracha à nação Brasileira, nem quer reconhecer as graves violações dos Direitos Humanos cometidos a trabalhadores que viveram em regime de cárcere privado para atender o Esforço de Guerra da Batalha da Borracha na Amazônia.
O que a categoria espera desse prolongado impasse que torna a situação a cada dia mais deprimente é que a verdadeira justiça seja realizada e que os soldados da borracha recebam justamente pelo trabalho que fizeram ao país e pelos danos sofridos nos idos tempos dos grandes seringais. Desde o ano de 2002 morreram já bem idosos esperando receberem seus direitos mais de 6.000 mil soldados da borracha.
Frase de um soldado da borracha: “Se eu viver um dia, somente um dia para ver meu direito reconhecido, já terá valido a pena”. (Belizário Costa) natural da cidade de Carolina - Maranhão, nascido em 28/09/1919.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!