O PSOL realiza ato político em defesa dos trabalhadores, contra o desemprego, a corrupção e a impunidade no dia 02 de abril, quinta-feira, no Rio de Janeiro. A manifestação com a participação de vários movimentos sociais e militantes de várias partes do país é em protesto contra a política do governo Lula, que levou o Brasil e os trabalhadores a pagarem a conta da crise promovida pelos especuladores, banqueiros e corruptos.
Além de parlamentares e militantes do PSOL, o ex-governador do Amapá, João Capiberibe (PSB), e a presença confirmada o delegado Protógenes Queiroz e a Presidente Nacional do PSOL, Heloísa Helena, que já vem participando de vários seminários sobre o tema. Diferentemente da primeira vez em que depôs à CPI dos Grampos, em agosto do ano passado, o delegado Protógenes Queiroz diz que dará "nome aos bois" e promete expor os meandros da corrupção no Brasil ao retornar à comissão.
Segundo a deputada Luciana Genro, é comum no país o corrupto ficar em liberdade, enquanto a autoridade policial está sendo perseguida. “Aqui no Brasil, Daniel Dantas, o banqueiro bandido, está solto e continua fazendo seus negócios. E quem tem que dar explicações é o delegado Protógenes Queiroz, que investigou e conseguiu colocar na cadeia — por poucas horas, é verdade, mas conseguiu colocar na cadeia — por duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, e o Juiz Fausto de Sanctis, que, com o seu brilhante trabalho jurídico, possibilitou que as investigações do delegado pudessem conduzir àquele momento histórico no Brasil, em que pelo menos por algumas horas um banqueiro poderoso esteve atrás das grades em nosso País”.
Luciana explicou ainda o motivo de o banqueiro continuar em liberdade. “É evidente que o fato de Daniel Dantas estar solto se explica também porque ele tem intimidade com o poder, tem relações muito íntimas com o poder, que, evidentemente, ao protegê-lo, está protegendo a si próprio”, disse a deputada. Para o PSOL, é inadmissível que um delegado que investigou e conseguiu prender um dos maiores banqueiros do Brasil, por operações ilícitas esteja, agora, sob investigação porque teria utilizado de escutas ilegais durante a Operação Satiagraha.
O delegado negou que tenha usado de escutas clandestinas para obtenção de provas. Protógenes afirmou que já foi indiciado pela Polícia Federal por vazamento à imprensa da prisão de Dantas e devido ao compartilhamento de dados com a Agência Brasileira de Investigação (ABIN).
O partido promove também ato de solidariedade a Protógenes em frente ao Congresso no dia 1º de abril, no momento do segundo depoimento à CPI dos grampos.
Protógenes confirma dar "nome aos bois" - que mais fatos serão esclarecidos durantes seu depoimento, no dia 1º, à CPI.
Em agosto, Protógenes deixou de responder a diversas questões dos parlamentares porque o processo relativo à Operação Satiagraha, conduzida por ele na Polícia Federal e que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito Celso Pitta e o especulador financeiro Naji Nahas, entre outros criminosos, corria sob segredo de Justiça. “Pretendo, ao ser confrontado com documentos ou dados, confirmar a conduta de cada participante que tiver negócios obscuros com o banqueiro bandido Daniel Dantas”, afirmou Protógenes.
Deputados e senadores se comprometeram a acompanhar o depoimento do delegado na CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, além do líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), deputado Chico Alencar (RJ), deputada Luciana Genro (RS) e do senador José Nery (PA) também participa da reunião da CPI, os senadores Eduardo Suplicy (PT/SP), Pedro Simon (PMDB/RS) e Inácio Arruda (PCdoB/CE), o deputado Antônio Carlos Biscaia (PT/RJ) e a deputada Janete Capiberibe (PSB/AP).
Perseguido e acusado de denúncias de que teria utilizado métodos ilegais para investigar autoridades dos três Poderes e objeto de investigação da CPI, Protógenes promete virar o jogo. O delegado elogiou a prorrogação da Comissão Parlamentar por mais 60 dias e sua convocação, juntamente com o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Paulo Lacerda.