Bagunça em terras da Amazônia é antiga
Foto: Divulgação
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Matéria publicada pelo portal Globo Amazônia assinala que além de criar conflitos entre índios, fazendeiros, sem-terra e seringueiros e ribeirinhos, a indefinição de quem é dono do que ainda gera desmatamento, pois ninguém quer saber de cuidar do que não é seu.
O Globo Amazônia publicou infográfico, baseado em palestra preparada pelos pesquisadores Brenda Brito e Paulo Barreto, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que mostra como a desorganização fundiária foi se construindo na Amazônia ao longo das últimas quatro décadas e como é complicado dar um fim nesse problema. Veja, a seguir, as informações do infográfico.
Abertura de estradas
No final da década de 1970, o governo construiu grandes estradas para povoar a Amazônia. Todas as terras próximas a esses locais pertenciam oficialmente ao país, apesar de muitas tribos indígenas habitarem a região.
Na época, o slogan lançado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici era o de destinar “terras sem homens para homens sem terra”. Foi nesse período que surgiu a rodovia Transamazônica, abrindo caminho desde Cabedelo, no litoral da Paraíba, a Lábrea, no sul do estado do Amazonas.
O governo atraiu muitas pessoas para projetos oficiais de colonização. Além disso, muitas outras se dirigiram para lá espontaneamente. Os dois grupos conseguiram documentos provisórios, que não os tornavam donos da terra, e começaram a pagar impostos sobre o terreno.
Grilagem de terras
Alguns ocupantes, quando precisavam provar que eram donos das terras, forjaram títulos falsos em cartório.
Colonização aumenta
Muitas pessoas continuaram indo para a região nas décadas seguintes. Algumas delas entravam com pedidos de documentos provisórios ao Incra. Outras, não.
Terras indígenas
A situação ficou mais complicada quando se descobriu que parte dessas terras pertenciam a tribos indígenas. Elas foram ignoradas por boa parte dos posseiros porque eram nômades ou porque haviam sido expulsas durante a construção das estradas.
Parques e reservas
Outra coisa que complicou a situação das terras foi a criação de parques e reservas sobre áreas em que havia posses. Em muitos casos, as regras não permitem que pessoas continuem morando dentro do lugar.Estatísticas do governo federal apontam que há hoje cerca de 300.000 quilômetros quadrados de terras pendentes de regularização dentro das unidades de conservação federais. Essa área equivale ao estado do Tocantins.
Reforma Agrária
Mais um conflito surge quando são criados assentamentos sobre antigas ocupações. Apesar das terras ainda serem públicas, algumas pessoas tinham expectativa de regularizá-las, pois tinham documentos provisórios. Em outros casos, as terras eram griladas, mas os supostos proprietários se negam a entregá-las.
“Terras sem dono”
A situação chega, finalmente, ao que se chama de “caos fundiário”. Não se sabe quem é dono do que, e explodem conflitos pela posse da terra.
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