A política nacional de fracionamento de remédios do governo federal foi lançada há quase dois anos e até hoje não saiu do papel. Todas as exigências da Vigilância Sanitária para a manipulação e comercialização desses medicamentos, foram atendidas, através da regulamentação da medida provisória.
*Mas até hoje os poucos laboratórios do país que se interessaram em fracionar os medicamentos estão com os estoques encalhados, porque as principais redes de farmácias não se interessaram em comercializar os produtos. A Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem doze mil produtos registrados, apenas noventa deles obtiveram a aprovação para o fracionamento.
*O Conselho Regional de Farmácia, CRF RO/AC, lamenta que o programa tenha fracassado, porque, segundo a presidente, Nelsina Azevedo, o consumidor teria várias vantagens, a principal delas seria de comprar somente a quantidade de remédios prescrita pelo médico, ao contrário do que acontece, as vezes, um tratamento é feito com dez comprimidos e na caixa existem vinte. Um perigo que acontece com muita freqüência: deixar remédio estocado em casa para usar novamente sem prescrição médica.
*Para Nelsina, o programa não foi adiante também pela falta de informação. Não houve procura por parte dos consumidores, o comércio varejista também enfrenta problemas operacionais para implantar a medida e para a indústria farmacêutica ainda não há mercado para os fracionados no Brasil. Apenas oito laboratórios de um total de 267, que controlam 98% do mercado aderiram a política.
*Questionada pelo Conselho Federal de Farmácia, a Anvisa esclareceu que o fracionamento ainda está em fase de adaptação e que pode levar ainda mais um ano para se tornar popular e acessível ao consumidor