Centenas de túmulos foram violados e saqueados no Jardim da Saudade, no bairro Tancredo Neves. A denúncia é do administrador Raílton Pereira de Morais (31), que, não mais suportando a ação dos ladrões, procurou a polícia para pedir ajuda.
*Sem segurança, os 23 funcionários do cemitério nada podem fazer para evitar essa profanação. Os bandidos agem quase que diariamente.
*Geralmente, os profanadores violam os túmulos à busca de valores, como imagens, adornos fabricados à base de metal e de alumínio. Furtam também jarros e objetos de prata.
E não é só isso. Como não há ossário, eles violam catacumbas, retiram ossos para serem usados em trabalho de macumba ou em rituais satânicos.
*Segundo a denúncia, dois saqueadores conhecidos moram no conjunto Defesa Civil, ao lado do cemitério. Identificados por Brou e por Chouriço, eles costumam, inclusive, ameaçar de morte os funcionários que trabalham no local.
*Há pouco mais de uma semana, por exemplo, Chouriço foi flagrado quando violava um túmulo na parte baixa do cemitério e saiu correndo com um crânio humano na mão, mas o deixou cair ao saltar sobre a cerca que separa o cemitério do conjunto Defesa Civil.
*Certamente, com medo de represálias, o administrador Raílton Pereira de Morais fala pouco a respeito, preferindo, segundo ele, colaborar com a polícia. Ele confirmou que, quando chegou ao cemitério, soube que um dos túmulos tinha sido violado. Na pressa, os ladrões deixaram o caixão do lado de fora.
*"O defunto havia sido sepultado há dois anos e estava com as roupas. Mandei que um funcionário o colocasse no túmulo e lacrasse", disse o administrador.
*Os últimos túmulos saqueados pertencem a Laezo Amorim de Lima e a José Holanda Gomes, o Neuri, localizados na Rua 29, lote dois. Os ladrões arrancaram a moldura de alumínio das fotos dos mortos para vender. Furtar mortos tem sido um meio de vida.