A comissão espanhola liderada pela ministra conselheira de Agricultura, Pesca e Alimentação da Embaixada da Espanha, Maria Elisa Barahona Nieto, representante da União Europeia, acompanhada do cônsul honorário, Fernando Bravo Sanchez, visitou na terça-feira (5) a criação de peixes de uma fazenda modelo em piscicultura no Estado, no município de Alto Paraíso, e um frigorífico de processamento de pescados, em Ariquemes.
A visita diplomática espanhola “com o intuito de ampliar as relações comerciais” teve início na segunda-feira (4) pelo Palácio Rio Madeira (PRM), sede do Governo de Rondônia, onde a equipe estadual, liderada pelo vice-governador, José Jodan, representando o chefe do Poder Executivo Marcos Rocha, apresentou as potencialidades do agronegócio e turismo rondoniense.
O grupo conheceu o Memorial Marechal Rondon, ponto turístico de Rondônia. A comissão deve permanecer no Estado até sábado (9), conhecendo cadeias produtivas.
Ministra espanhola conhece criação peixes em Rondônia
No segundo dia de visitas, a comissão iniciou a programação conhecendo a criação de peixes em uma fazenda, em Alto Paraíso, onde puderam conferir uma amostra do potencial da piscicultura rondoniense.
De acordo com o Anuário Peixe BR 2022, Rondônia produziu 59.600 toneladas em 2021, é o terceiro maior produtor do Brasil e o maior em produção de peixes nativos em cativeiro.
Conforme a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), o tambaqui representa 90% da produção do Estado, seguido de jatuarana (6%), pintado (2%) e pirarucu (2%).
Rondônia é líder na produção nacional de tambaqui. “Para o Executivo Estadual é uma alegria receber a comissão espanhola, e acompanhar essa visita para que conheçam mais sobre a piscicultura do Estado. É muito bom para Rondônia receber a ministra que veio buscar parcerias. Que possamos fazer frente a a essa procura por parceria por meio da sustentabilidade da piscicultura do nosso Estado”, afirma o vice-governador, José Jodan.
A ministra pontou o que mais despertou o interesse pela piscicultura de Rondônia. “Estamos fazendo um estudo nos estados que são os maiores produtores de peixes, então viemos a Rondônia conhecer o potencial aquícola, e essa amostra de hoje foi muito interessante, pois nesta fazenda, eles utilizam água das próprias nascentes, não tem problema com infestação”, avalia.
“Ao utilizarmos água das nossas nascentes, temos uma qualidade de água excepcional, com potencial hidrogeniônico (ph) fantástico e perfeitas condições de reprodução do tambaqui. Isso resulta em um produto diferenciado”, explica o piscicultor e presidente da Associação de Criadores de Peixes do Estado de Rondônia (Acripar), Francisco Hidalgo.
Apresentação do trabalho do frigorífico à comissão espanhola
Francisco Hidalgo ainda destacou os desafios superados em conjunto para hoje Rondônia possuir uma produção de peixes atrativa para o mercado internacional.
“Estamos aqui há algum tempo promovendo o desenvolvimento dessa cadeia produtiva, onde temos feito um trabalho hercúleo (grandioso) em parceria com o Governo do Estado para alcançar esse momento, onde estamos recebendo autoridades da Agricultura da Espanha, e isso nos dá a esperança de alcançar o mercado europeu, onde a gente ainda não consegue colocar nosso produto, que é fonte de proteína. Estamos olhando para, quem sabe, o maior consumidor que poderíamos ter que é a Europa. E o Executivo Estadual tem feito um trabalho maravilhoso nesse sentido, nos auxiliado muito ao exercer o seu papel diplomático de apresentar aquilo que o Estado produz”, afirma.
O presidente da associação pontuou também que essa relação comercial é muito importante, especialmente, devido ao atual cenário econômico mundial. “Entendemos que vamos avançar, e esperamos de fato que isso ocorra, pois o momento é de alta complexidade na cadeia produtiva, uma vez que o Brasil e o mundo atravessa dificuldades econômicas, e a proteína é algo que não fica como prioridade, mas sabemos ainda que existem mercados e que precisamos alcançar, considerando a nossa capacidade produtiva a nível nacional e internacional. Estamos perseguindo, bem de perto, a defesa da cadeia produtiva da piscicultura”.
PROCESSAMENTO
Dando sequência a programação em Rondônia, o grupo conheceu um frigorífico de peixes em Ariquemes; a cidade é considerada a capital nacional do tambaqui, e o frigorífico processa os peixes rondonienses.
Processamento de peixes rondonienses
O pescado já alcança mercados internacionais exigentes como os Estados Unidos, e a visita da comissão espanhola acendeu a esperança da conquista do mercado europeu.
“Temos a esperança do peixe rondoniense estar na mesa dos espanhóis, pois produzimos não só para atender em volume, mas com qualidade. Por isso, acreditamos que é possível estabelecer essa relação comercial e atender com excelência o mercado europeu”, disse o empresário e piscicultor.
De acordo com o proprietário do frigorífico, Bruno Leite, a empresa tem como carro-chefe o tambaqui, mas também processa outras espécies como pirarucu, pintado e tambatinga. “Exportamos para os Estados Unidos, Peru, Chile e ainda para as redes de supermercados do Brasil mais exigentes em controle de qualidade”, afirma.
O grupo espanhol acompanhado do adjunto da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Marcílio Leite, da gerente de Relações Internacionais da Sedec, Isabela Leite, e do presidente da Acripar, Francisco Hidalgo, conheceram o processo de manipulação, cortes e embalagem dos peixes, e participaram da degustação. No local, também são fabricadas rações para pescado.