UE cita deficiências no sistema oficial de inspeção brasileira.
Barracão de engorda granjeiro no Paraná / Foto: Divulgação
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Os Estados-membros da União Europeia decidiram, por unanimidade, nesta quinta-feira (19) proibir as importações de produtos de carne, principalmente aves, de 20 estabelecimentos brasileiros autorizados a exportar para o bloco europeu, disse a Comissão Europeia em comunicado.
A medida foi adotada em razão de "deficiências detectadas no sistema de controle brasileiro oficial", disse a Comissão.
A decisão entra em vigor 15 dias após sua publicação no diário oficial da União Europeia.
De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a ação europeia atinge 12 fábricas da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão.
Procurada, a BRF não se manifestou sobre o assunto. As demais empresas também ainda não se pronunciaram, exceto a Lar Cooperativa Agroindustrial, que disse não ter recebido notificação oficial e, por isso, não vai se manifestar no momento.
O vice-presidente de mercados da ABPA, Ricardo Santin, disse nesta quinta que um total de nove empresas foram afetadas pelo descredenciamento da UE.
De acordo com fonte com conhecimento do assunto, a decisão não afeta unidades da JBS, nem da Seara, marca controlada pela processadora de carne.
A BRF encerrou 2017 com prejuízo líquido de cerca de R$ 1 bilhão e enfrenta na próxima semana assembleia de acionistas que deve ser marcada pela troca do conselho de administração, hoje presidido pelo empresário Abilio Diniz. Na véspera, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que aceitou o convite de Diniz para ser indicado à presidência do conselho da BRF.
Na terça (17), o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou em nota que o Brasil iria recorrerá à OMC (Organização Mundial do Comércio) contra movimento da UE para o descredenciamento de frigoríficos da BRF como exportadores de carne de aves para países do bloco econômico.
O Brasil é o maior produtor mundial de frango, e a BRF, sua principal exportadora. Os países da UE são destino de cerca de 15% das vendas, segundo dados do setor.
O Ministério da Agricultura também liberou na quarta (18) a produção e certificação sanitária de unidades de produção da BRF a retomar as exportações de aves do Brasil para a União Europeia.
O ministério interrompeu temporariamente em meados de março a produção e certificação sanitária de dez unidades da BRF que exportam do Brasil para a Europa, após a empresa ter sido alvo de uma nova fase da Operação Carne Fraca da Polícia Federal.
A suspensão pelo governo havia ocorrido em razão da Operação Trapaça, que identificou fraudes em laudos sobre contaminação por salmonela em unidades exportadoras da BRF.
A empresa nega irregularidades.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!