Você provavelmente já deve ter visto alguma chamada na sua cidade para a terceira dose da vacina e deve ter se perguntado se seria para todos ou como iria funcionar. Mas afinal de contas o que significa a terceira dose?
De acordo com Marcelo Polacow, doutor em farmacologia e coordenador dos cursos de Farmácia do IPOG, todas as vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil e no mundo foram testadas clinicamente dentro de um protocolo. “Como esses estudos foram feitos emergencialmente por causa do avanço da doença num tempo rápido e muito curto, não se tinha a dimensão de quanto tempo duraria a imunidade”.
Ainda de acordo com Polacow, a indicação dessa dose de reforço é para pessoas com doenças imunodepressivas ou imunossupressoras, idosos e profissionais de saúde. "São necessários mais estudos para avaliar se vai ser efetivo e se é realmente essencial. Não temos estudos científicos no Brasil no momento, mas por via das dúvidas têm-se recomendado a terceira dose para esses casos específicos”, declara Polacow.
Doenças imunodepressivas ou imunossupressoras levam o sistema imunológico a funcionar de maneira menos efetiva e com o tempo vão perdendo os anticorpos formados pela vacina. Fenômeno parecido ocorre com idosos, chamado de senescência imunológica, que é a deterioração natural do sistema imunológico devido ao envelhecimento. Os idosos têm uma imunidade menor que os adultos mais jovens.
Essa população idosa, perde rapidamente os anticorpos formados pela vacina e neste contexto é necessária uma terceira dose de vacina ou uma dose suplementar daquilo que está no protocolo e na bula dos produtos.
Muitos países já fizeram testes, e alguns laboratórios também, em que demonstraram que essas doses complementares melhoram a efetividade contra a Covid 19. No caso dos profissionais de saúde, a indicação acontece, pois em tese, estão mais sujeitos a lidarem com pacientes infectados.
A princípio, apenas esse público - idosos, pacientes imunodepressivos e profissionais de saúde - devem receber a 3º dose da vacina ou dose complementar. Se houver disponibilidade de vacina para o público em geral isso poderá ser estendido a toda população.
O especialista
MARCELO POLACOW BISSON - Farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (USP); Mestre e Doutor em Farmacologia e Terapêutica pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP); Coordenador dos cursos de pós-graduação em Farmácia no IPOG; Especialista em Farmácia Hospitalar pela Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH). Especialista em Farmácia Clínica pela SBRAFH. Experiência na área de Farmacologia, com ênfase em Farmacoeconomia e Pesquisa de Desfechos, Farmácia Clínica, Farmácia Hospitalar e Atenção Farmacêutica.
Oficial Farmacêutico da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Membro da International Society for Pharmacoeconomics and Outcome Research (Brazilian Chapter). Presidente Nacional da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar.
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