O vereador Thiago dos Santos Tezzari (PSDB) retornou ao exercício de suas funções na Câmara Municipal de Porto Velho nesta segunda-feira (15), após cumprir integralmente um afastamento cautelar imposto por decisão judicial que durou 30 dias.
A medida cautelar foi determinada pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho no contexto da Operação Face Oculta, deflagrada no início de outubro pelas autoridades policiais e pelo Ministério Público. Durante o período de afastamento, Tezzari ficou impedido de frequentar o Legislativo enquanto as investigações prosseguiam.
Contexto da investigação
A Operação Face Oculta é uma ação conjunta da Polícia Civil de Rondônia, do Ministério Público Estadual (MP-RO) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga possíveis irregularidades envolvendo o vereador e cinco de seus assessores.
Segundo os autos, o grupo é alvo de apurações sobre a prática de rachadinha, associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, com indícios de que parte dos salários de cargos comissionados teria sido desviada ou apropriada de forma indevida.
Durante a operação, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara de Garantias, incluindo ações no gabinete do vereador, em sua residência, em imóveis de assessores e em outros endereços ligados ao grupo investigado.
Posição do parlamentar
Ao ser afastado, Tezzari negou veementemente as acusações e afirmou que estaria sendo alvo de perseguição política e econômica, em razão de sua atuação no Legislativo, particularmente como presidente da comissão responsável pela fiscalização do contrato de coleta de lixo na capital.
Em suas declarações à imprensa na época da operação, o vereador chegou a responder com ironia às acusações, afirmando que “só rachava comida” e atribuía as suspeitas a disputas políticas internas.
Retorno ao cargo e próximas etapas
Com a volta ao plenário nesta segunda-feira, Tezzari reassume suas funções parlamentares, inclusive participação em sessões ordinárias, com o fim do prazo inicial de afastamento. As investigações seguem em curso até o momento, não há confirmação oficial de um novo prazo judicial ou de novas decisões da juíza responsável pelo caso.