Em sua fala, a vereadora afirmou que decisões recentes não prejudicaram ainda mais os praças “não por infortúnio, mas por uma bênção”, ao destacar que situações polêmicas vieram a público antes de serem consolidadas. Segundo Sofia, práticas semelhantes já teriam ocorrido anteriormente, citando o aumento do ICMS como exemplo de uma medida que, na avaliação dela, acabou recaindo sobre a sociedade e os próprios militares de base.
A parlamentar demonstrou indignação ao relatar que, à época, oficiais e parte da tropa teriam defendido publicamente a sanção do aumento de imposto. “Foi vergonhoso ver homens e mulheres honrados pedindo aumento de imposto por benefício pessoal”, declarou, ressaltando que muitos praças teriam sido “usados” por lideranças políticas e pelo alto comando.
Sofia Andrade também criticou o que chamou de falta de diálogo com a base das corporações. Para ela, decisões que impactam diretamente a carreira do militar, desde o ingresso até a aposentadoria, não podem ser tomadas sem ouvir os praças. “Como debater algo tão sério sem chamar os praças para a conversa?”, questionou durante a audiência.
Apesar do tom firme, a vereadora fez questão de afirmar que não desmerece os oficiais, destacando que conhece e convive com muitos profissionais que considera honrados. No entanto, apontou que a hierarquia e a obediência ao comando acabam, muitas vezes, silenciando posicionamentos divergentes. Ela também classificou como “temerosa” a postura do comando estadual, que, segundo ela, tem afrontado até mesmo o Poder Legislativo.
Ao final, Sofia Andrade reforçou que cargos e governos são passageiros, mas que as consequências das decisões permanecem na vida dos praças e da sociedade. A vereadora ainda alertou que atitudes consideradas como traição à base não passam despercebidas pela população e que a resposta, segundo ela, vem nas urnas. “A urna responde aos traidores”, afirmou, acrescentando que haverá mobilização contra projetos políticos que, em sua avaliação, buscam benefícios pessoais “nas costas de quem entrega a segurança pública ao estado de Rondônia”.