Divergências de levantamentos não traduziram números das urnas no estado
Foto: Divulgação
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No Brasil existe a tradição de que os eleitores não confiam muito nas pesquisas, pois normalmente elas erram bastante ou não traduzem bem a realidade de conversas e debates das ruas.
Em Rondônia, mais uma vez, ficou claro que os institutos erraram feio nas previsões para o primeiro turno das eleições, que aconteceu no último domingo (02).
A última pesquisa IPEC, entidade que substituiu a marca Ibope, divulgada no dia 29 de setembro pela Rede Amazônica Rondônia, afiliada da Rede Globo, apontou que o governador Marcos Rocha (União Brasil) liderava a preferência dos eleitores rondonienses com 43% dos votos válidos (quando são excluídos brancos e nulos).
Em segundo lugar, estava Marcos Rogério (PL) com 27% dos votos válidos entre os entrevistados.
Diferença entre o atual governador e o senador foi de menos de 2%; levantamentos apontavam diferença de mais de 10 pontos percentuais - Foto: Montagem/Folha PE
Já na apuração dos votos, os índices foram diferentes, especialmente para o senador do PL: Marcos Rocha conseguiu 38,88%, enquanto Marcos Rogério teve 37,05% dos votos válidos. Uma diferença de apenas 1,83%.
Enquanto isso, em todos os levantamentos do IPEC, o senador aparecia sempre com 10 pontos percentuais a menos de diferença para o atual governador e candidato à reeleição, causando a falsa impressão em seus eleitores que Rocha poderia ganhar ainda no primeiro turno.
Senado
A divergência que chamou mais atenção foi para o Senado Federal: todas as apurações de intenção de voto do IPEC apontavam larga vantagem da candidata do Republicanos para uma cadeira em Brasília.
Na última pesquisa, revelada pela Rede Amazônica Rondônia/TV Globo três dias antes da votação do último domingo (02), a deputada federal tinha 38% da preferência dos eleitores.
Na segunda pesquisa, do dia 17 de setembro, tinha 26%, sempre na dianteira e com bastante vantagem para o segundo colocado, Expedito Júnior, que registrou 15% em 29/09 e 19% em 17 de setembro.
Bagatolli foi eleito com quase 40% dos votos válidos; pesquisas IPEC/Rede Amazônica davam apenas 7% da preferência a ele - Foto: Divulgação
Enquanto isso, o eleito Jaime Bagatolli (PL) aparecia sempre nas últimas posições. Ele registrou 7% nas duas divulgações do mês passado. Quando a apuração foi encerrada, o empresário do agronegócio ficou com 35,80% da preferência dos eleitores rondonienses, enquanto a candidata do Republicanos conseguiu 32,15% dos votos válidos.
Uma diferença entre os dois candidatos de 3,65% ou 29.929 votos. Se olharmos para as pesquisas, Jaime Bagatolli fez o IPEC errar grosseiramente suas previsões em 28,8%, já que o instituto divulgou que ele tinha apenas 7% dos votos nos levantamentos divulgados.
Presidência
As disparidades também foram impressionantes nos números para a Presidência da República com os eleitores rondonienses.
Em 17/09, Jair Bolsonaro tinha 58% da preferência. No dia 30 de setembro, caiu oito pontos e ficou com 50%.
Já Lula (PT) registrou 26% no dia 17 de setembro, enquanto subiu para 35% na última apuração divulgada três dias antes do primeiro turno.
Com os números divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma realidade bem diferente: Bolsonaro teve 64,36% e Lula, 28,98% dos votos válidos em Rondônia.
Os presidenciáveis também foram atingidos pelas divergências dos números do IPEC no estado - Foto: Montagem/Divulgação
Em relação ao dia 17/09, a diferença do IPEC para os números do presidente foi de “apenas” 6,36%. Se considerarmos o número antes da eleição, a inconsistência é de 14,36%.
Com o ex-presidente Lula, o “equívoco” é menor: diferença de 2,98% a mais em 17/09 e menor de 6,02% na apuração de 30 de setembro.
Explicações
Em entrevistas à imprensa nacional, a presidente do IPEC, Márcia Cavallari, afirmou que a própria divulgação das pesquisas fez com que muitos eleitores antecipassem o chamado voto útil, para que evitar Lula, Marcos Rocha e outros candidatos pelo país vencessem logo. A decisão teria sido tomada até mesmo na chegada até a urna.
“No caso da eleição nacional, houve uma migração de 3% dos indecisos que ainda tínhamos na véspera e dos índices do Ciro e da Simone que ficaram menores. Talvez com essa informação, os eleitores tomaram essa ação estratégica de antecipar um possível voto no segundo turno neste primeiro, para impedir que a eleição acabasse no primeiro”.
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