Escândalo dos shows milionários fez sua primeira vítima - Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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O escândalo dos shows fez sua primeira vítima. Trata-se do presidente da Fundação Cultural de Porto Velho, Marcos Aurélio. Acusam-no de contratar artistas a peso de ouro. O prefeito Mauro Nazif (PSB) preferiu não esperar o relatório da CPI que investiga o caso e mandou o auxiliar mais cedo para casa. A próxima da lista será a controladora do município. Nazif deveria aproveitar o embalo e exonerar o presidente da EMDUR e os secretários da SEMPLA, SEMTRAN e SEMA este, alvo da Comissão, por incompetência.
Para o vereador Edemilson Lemos (PSDB), a permanência de Aurélio na FUNCULTURAL tornou-se insustentável. “Ele pode até ser uma boa pessoa, mas não tinha capacidade para continuar comandando o órgão”, disse o tucano, para quem o prefeito Mauro Nazif precisava ter pulso. “Essa história de que o ex-presidente pediu para sair, foi tudo montagem”. Quanta falta de originalidade! Ironizou.
Adiantaram pouco as manifestações iradas dos que defendiam a permanência de Aurélio no cargo. Não se trata de denúncia formulada por adversário político, como repetidamente alegam os acusados de todo o tipo de falcatruas, envolvendo o dinheiro público. É o próprio Ministério Público de Contas que empresta veracidade a acusação, no estrito cumprimento de suas obrigações constitucionais.
A impressão que se tinha era a de que Aurélio seria preservado. Cairiam alguns bagres, mas ele sairia ileso do episódio. Agora, não lhe restará alternativa senão pegar a viola e tocar noutra freguesia. Acredita-se que seu ócio não será dos mais tranquilos. O relator da CPI do Cachê, Everaldo Fogaça (PTB), não vai deixar por menos, principalmente depois que foi desafiado pelo líder do prefeito na Câmara, vereador Jair Montes (PTC).
É revoltante a facilidade e os artifícios usados por certas pessoas para darem destinação às verbas públicas, enquanto a maioria da população padece com a precariedade dos serviços públicos que lhe são prestados.
A prefeitura gastou quase meio milhão de reais com a apresentação de dois artistas. Com esse dinheiro, o prefeito teria resolvido parte dos problemas das famílias que foram escorraçadas de suas casas pela cheia do Rio Madeira, desde janeiro do ano passado, e, hoje, a maioria vive debaixo de barracas de lonas.
Somente os que se não compadecem do sofrimento alheio podem encontrar justificativas para tamanho absurdo. Uma apresentação do cantor Alceu Valença não custa mais de R$ 80 mil. É evidente que o principio da economicidade foi brutalmente desrespeitado.
Espera-se que a CPI do Cachê mergulhe fundo nas águas turvas da FUNCULTURAL, lançando luz não apenas sobre esse episodio que manchou a imagem do prefeito, mas, também, sobre outros casos nebulosos. A população não vai tolerar o arquivamento de mais uma Comissão.
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