Povos apontam que grileiros invadem território constantemente
Foto: Reprodução de vídeo
Ivaneide Bandeira, fundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, popularmente conhecida como Neidinha, utilizou as plataformas de mídia social para alertar sobre a invasão de terras indígenas por grileiros na Terra Indígena (TI) Uru-Eu-Wau-Wau, localizada em Rondônia.
A ativista ambiental enfatizou que a TI Uru-Eu-Wau-Wau, que já enfrentou casos frequentes de crimes ambientais, está agora testemunhando um aumento nas invasões, com uma denúncia específica na região de Governador Jorge Teixeira.
Neidinha destacou a proximidade dos invasores em relação às áreas habitadas pelos indígenas, gerando um risco iminente de conflito. A TI abriga cerca de nove povos indígenas, a maioria dos quais vive de forma isolada, optando por manter distância da sociedade em geral.
A ativista ressaltou que os invasores já haviam ameaçado entrar na área anteriormente, sendo esta não a primeira invasão registrada na TI Uru-Eu-Wau-Wau e em outras áreas protegidas. Em suas postagens nas redes sociais, Neidinha fez um apelo à Força Nacional, solicitando assistência para a remoção dos invasores.
Ela também informou ter acionado diversos órgãos em busca de apoio, incluindo o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Neidinha esteve em Brasília, no Ministério dos Povos Indígenas (MPI), onde discutiu a situação com a ministra Sônia Guajajara. A ministra, por sua vez, compartilhou nas redes sociais que a equipe técnica do ministério apresentou um plano de desintrusão previsto para 2024, colocando a TI Uru-Eu-Wau-Wau como uma das prioridades para a retirada de invasores não indígenas.
A Associação do Povo Indígena Uru-Eu-Wau-Wau (Jupaú) está acompanhando de perto o desenrolar do caso. A Funai expressou preocupação com as invasões recorrentes na área, assegurando que está monitorando a situação de forma próxima e reforçando medidas de proteção territorial.
O Ministério dos Povos Indígenas indicou que entre 20 e 50 invasores estão tentando lotear a terra, sem famílias instaladas no local. O órgão afirmou estar em articulação com as forças de segurança, Funai e o ICMBio para tomar as medidas necessárias.
Respostas e silêncio
Questionado sobre o acompanhamento das invasões e a solicitação de apoio da Força Nacional, o Governo de Rondônia afirmou que acompanha as ações do Ministério da Justiça no estado, mas destacou que informações adicionais são de competência exclusiva do governo federal, incluindo a questão da Força Nacional.
Os demais órgãos citados, além da Polícia Federal, não se manifestaram até o momento sobre as denúncias dos indígenas.
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