EXCLUSIVO: Major denuncia pressão do comandante-geral da PM de Rondônia

Segundo Maik Terres da Silva, coronel Braguin ordenou que fosse trancado em uma sala, revistado e teve telefone celular retirado do seu poder após denúncia

EXCLUSIVO: Major denuncia pressão do comandante-geral da PM de Rondônia

Foto: Sistema Sinivem capturou saída de Rondônia de veículo sob responsabilidade do então tenente Braguin - Reprodução de tela

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O major da Polícia Militar de Rondônia, Maik Terres da Silva, procurou o Rondoniaovivo para fazer uma grave denúncia: segundo ele, no “dia 14 de setembro desse ano, o comandante-geral da PM, coronel Régis Braguin, acompanhado de outros dois oficiais, que determinaram que me apresentasse para eles após o expediente. Compareci ao gabinete do comandante, onde fui trancado, revistado e tive meu celular retirado do meu poder”.

 

Ainda de acordo com o oficial, “após isso foi determinado que me sentasse em uma cadeira em frente ao coronel Braguin, acompanhado pelos dois oficiais. O coronel Braguin em tom ameaçador mostrou um documento que redigi em 2013. Esse documento se tratava de informe de inteligência que foi redigido por mim, após ordem do então comandante do 7° Batalhão em Ariquemes, tenente-coronel Ênedy Dias”.

 

Ele segue com o relato: “Isso comprovou deslocamento de veículo apreendido e cautelado para exclusivo da Polícia Militar para fora do estado conforme registro do sistema Sinivem e que estava sob responsabilidade do à época tenente Régis Braguin, atual coronel e comandante-geral”.

 

O Rondoniaovivo teve acesso ao relatório feito pelo major Terres (nome de guerra de Maik na corporação) e segundo o documento que tem teor confidencial, o então tenente Terres descreve “o acontecido na viagem do tenente Braguin a Brasília, com veículo que, em tese, tem finalidade servir para trabalhos de inteligência e serviços à Polícia Militar local”

 

Ele continua: “Conforme cópia do documento de cautela do veículo, ele foi destinado no dia de 16 de dezembro de 2013. No dia 18 do mesmo mês, o sistema Sinivem fotografou a saída do veículo de Rondônia sentido Cuiabá, conforme fotos em anexo. Somente deu entrada no dia 02 de janeiro de 2014, 15 dias depois”.

 

O documento traz a cópia de um “Termo de Compromisso de Fiel Depositário”, assinado pelo então tenente Régis Braguin, comandante da 4ª Companhia de Policiamento Ostensivo, localizada em Buritis, e pelo então juiz de Direito da cidade, Adip Chaim Elias Homsi Neto, onde o tenente Braguin ficaria responsável por dois carros: um Toyota Corolla, de placas ODN-5676, e uma caminhonete Toyota Hillux de chapas ODC-2826.

 

O automóvel que teria sido utilizado para Braguin em fins pessoais teria sido o Corolla, detectado por um sistema de vigilância do Governo de Rondônia, que fica instalado na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, próximo de Vilhena.

 

Termo também assinado pelo então tenente Braguin que o deixa como responsável de dois veículos pertencentes à Companhia de Policiamento de Buritis - Foto: Reprodução de tela

 

Pressão e arbitrariedade

 

Mesmo 10 anos após a denúncia feita pelo agora major Maik Terres, o comandante-geral da PM, coronel Régis Braguin, não gostou muito do trabalho de “dedo duro” realizado pelo colega de oficialato.

 

“[O veículo] foi utilizado para fins particulares. Após mostrar o documento foi dado ciência a mim as consequências que o documento elaborado teria represálias. E isso aconteceu. Entre os dias 14 a 30 de setembro, aconteceram várias ações para me prejudicar, entre elas, tentativa de abordagem ao meu carro para forjarem um flagrante, tentativa de buscas na minha casa e constrangerem meus filhos e minha sogra”, lamentou ele.

 

Suspensão do porte de armas do major Terres feito pelo chefe do Centro de Inteligência da PM/RO - Reprodução de tela

 

Nesse meio tempo, ainda no dia 29 do mês passado, houve a suspensão do direito ao porte de arma de fogo, assinado pelo chefe do Centro de Inteligência da PM rondoniense.

 

E na madrugada de um pleno domingo (01 de outubro, às 04:51 da manhã, hora de Brasília – 03:51 em Rondônia), o ajudante-geral da PM enviou documento timbrado e assinado eletronicamente ao coordenador de planejamento operacional determinando que o major Maik Terres devolvesse a identidade funcional e todo o armamento que estivesse em seu poder, como arma de fogo, colete balístico e munições que fossem do patrimônio da corporação.

 

“Houve suspensão do meu porte de arma sem justificativa, cerceando meu direito constitucional de ter acesso por meio do meu advogado sobre a decisão. Ainda tentaram me conduzir de forma coercitiva com banimento do ordenamento jurídico”, reforçou o oficial.

 

Confirmação da suspensão do porte de arma do major Terres, com devolução da identidade funcional e do armamento da PM que estivesse em seu poder - Foto: Reprodução de tela

 

O major Maik Terres ainda revelou ao Rondoniaovivo que tomou providências e comunicou ao Ministério Público Estadual sobre as pressões cometidas por diversos setores da Polícia Militar de Rondônia.

 

“Após essa sequência de arbitrariedades, comuniquei à 25ª Promotoria de Auditoria Militar, cujo promotor responsável instaurou procedimentos investigatórios para apurar as supostas condutas criminosas do comandante-geral e dos dois oficiais envolvidos. Estou até fora da cidade para evitar que aconteça algo ruim comigo”, observou ele.

 

Resposta

 

Algumas horas depois da publicação da reportagem, a Polícia Militar, por meio da assessoria de comunicação, enviou nova nota de esclarecimento sobre a denúncia, que será reproduzida na íntegra abaixo: 

 

"O Comando Geral da Polícia Militar informa que houve a investigação sobre o veículo e que o caso foi encerrado há 10 anos pela própria autoridade que a determinou. Informa ainda que tem adotado uma política de tolerância zero contra o crime, dentro ou fora da instituição. Ademais, o comando se coloca a disposição da Justiça para dirimir dúvidas".

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