Uma greve geral foi a promessa da Polícia Federal (PF) na manhã de ontem durante uma paralisação parcial que arrastou 70% do efetivo no Amazonas, que teve a duração de 24 horas e veio acompanhada da comemoração dos 63 anos do Departamento de Polícia Federal (DPF) na sede da PF, localizada no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste.
O protesto ocorreu em todo o País por conta do não cumprimento de um acordo salarial realizado entre a categoria e o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em fevereiro de 2006, que estipulava um reajuste de 60%. O montante foi dividido em duas parcelas - a primeira foi paga em junho de 2006, mas a segunda, prometida para dezembro, já está atrasada três meses. Apenas os serviços básicos, como o atendimento de imigrantes do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e a emissão de passaportes em casos agendados na Superintendência da PF foram realizados.
O protesto foi encabeçado pelo presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink, após uma reunião anteontem (27) com o atual ministro da Justiça, Tarso Genro. Atualmente, o salário da categoria vai de R$ 6 mil a R$ 9 mil, dependendo do cargo. Esses valores já incluem a reposição salarial. O efetivo do Amazonas é composto por 170 mil policiais federais, entre agentes e delegados, sendo 120 mil deles (70,59%, aproximadamente) em Manaus.
Após o pagamento das parcelas, novos valores seriam estabelecidos, a exemplo dos salários dos delegados federais, que passariam de R$ 9 mil para R$ 12 mil. Os serviços de emissão de passaporte para os que não haviam marcado e investigações, assim como os segmentados para as áreas de perícia e papiloscopia, não tiveram continuidade durante todo o dia de ontem.