Um crime bárbaro chocou os moradores do bairro Cidade Satélite, no último sábado. Um policial militar da reserva foi morto a pauladas e golpes de terçado, quando saiu para pescar nas proximidades de onde mora.
O cabo Mário Castro de Sousa estava de bicicleta quando foi atacado por dois homens, sendo um deles menor de 17 anos, que já responde a outros crimes. Durante as investigações da Polícia Militar, cinco pessoas foram detidas pela Polícia Militar e levadas ao 4º Distrito Policial.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, uma testemunha viu a agressão e a partir de seu depoimento é que a PM chegou aos acusados.
O sargento Guerra do grupo Força Tática explicou que a polícia chegou ao adolescente por uma denúncia anônima. Segundo ele, o menor confessou friamente o crime e disse que resolveu matar o policial porque já tinha sido preso por ele algumas vezes e ficou marcado.
“Ele não apenas confessou friamente o crime como ainda disse que depois da dar as pauladas, como o policial ainda ficou agonizando, resolveu voltar e terminar de matá-lo para acabar com o sofrimento de uma vez”, disse o policial, que ficou com sua equipe por mais de 36 horas seguidas em busca dos suspeitos do assassinato.
O adolescente foi detido na casa de amigos no bairro Cidade Satélite. Com ele, a Polícia Militar encontrou a bicicleta da vítima. O menor indicou outras duas pessoas que seriam amigos de pescaria do PM e estavam com ele no momento do crime. A polícia também recuperou o relógio, roupas da vítima, carteira e roupas manchadas de sangue na residência onde o adolescente estava escondido.
O policial também teria sido esfaqueado por um outro adolescente que está sendo procurado pela polícia. “No local do crime encontramos apenas o corpo do policial com a cabeça esmagada. Tudo que eles puderam levar tiraram do corpo. Mas ainda estamos investigando, pois o menor não deu as facadas e mais alguém veio e perfurou o corpo depois que o policial estava morto. Estamos em busca dessa pessoa que ainda teria ido ao bar e contado vantagem que esfaqueou o corpo”, explicou o sargento Guerra.
O adolescente foi encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher. Ele contou à polícia que tinha saído de casa para comprar um “feijão”, gíria conhecida nos meios policiais para cigarro de maconha, quando viu o policial e resolveu matá-lo para se vingar.
Ele disse que pegou uma ripa e bateu na cabeça da vítima, que caiu. “Eu peguei as coisas dele, carteira, relógio, roupa e bicicleta e fui embora com meus amigos. Mas percebi que ele ainda estava gemendo e retornei para acabar de matar. Deu outros golpes com a ripa na cabeça dele e na garganta e depois fui tomar cachaça com uns amigos”, contou o adolescente à polícia.
O acusado disse ainda que pela manhã saiu cedo de casa para ir à Igreja Adventista do bairro onde costuma orar. “Mas não estou arrependido do crime. Ele merecia. Fui à igreja porque é meu costume”, relatou friamente o adolescente.
A delegada Franciele Souza explicou que o crime de latrocínio tem pena maior que o crime de homicídio simples e que em casos assim o acusado pode pegar de 20 a 30 anos. “No caso do adolescente apreendido, ele pode ser condenado a 3 anos e vai passar mais dois anos como maior de idade respondendo pelo crime. Ele é extremante frio e fala do crime como se estivesse falando de receita de bolo. São meninos criados sem limites e acreditam que podem fazer qualquer coisa, tanto que matou e foi rezar”, comentou.
Outras cinco pessoas que não tiveram o nome revelado pela polícia foram ouvidas em depoimento sobre o crime, mas até o fechamento da matéria apenas o adolescente havia confessado o homicídio.