Espigão do Oeste – Esta semana uma equipe de funcionários da Representação de Ensino de Espigão do Oeste realizava a entrega da merenda escolar e a recolocação de professores não índios nas escolas indígenas na Reserva Roosevelt. Ao finalizar os trabalhos a coordenadora da educação indígena de Espigão do Oeste e sua equipe vinham retornando da Aldeia Tenente Marques quando ao chegarem a Aldeia do Cacique João Bravo foram parados pelo chefe da comunidade.
*Durante a conversa com os funcionários da Seduc o líder indígena informou que a comunidade tinha decidido prender o carro da secretária estadual de educação. Segundo o Cacique, o motivo daquela atitude era um protesto contra as autoridades do governo que não vem cumprindo as promessas feitas com os Cinta Larga. Bravo informou que o governo prometeu a construção de uma nova escola para a aldeia, mas os anos passaram e tudo ficou só na promessa.
*Segundo o Cinta Larga os representantes da empreiteira que ganharam a licitação estiveram na aldeia e fizeram algumas medições deixando com as lideranças a planta da construção da escola, mas foram embora e não voltaram mais. João Bravo tranqüilizou a equipe da Seduc dizendo que não iria acontecer nada com eles. “Nós vai prender só o carro porque o governo tá brincando com o índio, nós só quer a escola que ele prometeu, só isso” Após consultar as lideranças da comunidade indígena presente no local, João Bravo ditou uma carta endereçada ao Governador Ivo Cassol onde pede providências para a educação indígena da aldeia.
*O técnico em educação indígena, Anemã Cinta Larga que fazia parte da equipe da Seduc, leu a carta na língua materna para a comunidade reunida. O cacique João Bravo que é muito respeitado pelas comunidades indigenas devido a sua personalidade forte, falou a equipe da Seduc das dificuldades que a aldeia passa com esse descaso das autoridades. “Faz dois anos que o governo enrola os índios com a promessa de construir a escola na aldeia, hoje nós estamos prendendo o carro porque estamos sendo enganados pelos representantes do governo”.
*Enquanto ordenava para alguns homens da aldeia colocar o material da equipe em outro carro da comunidade que iria trazer os funcionários para Espigão do Oeste, João Bravo continuou a cobrar a falta de compromisso das autoridades. “Como vocês mesmo podem ver eu sinto vergonha quando alguma visita chega à aldeia e se aloja na área da escola, ela é pequena se chover tem goteiras, não têm banheiro e as crianças fazem suas necessidades no meio do mato” Finalizou João Bravo. Após a chegada da equipe da Seduc a Espigão do Oeste, a Representante de Ensino Nilce Barella foi informada dos fatos e no dia seguinte se deslocou até Porto Velho levando a carta do líder indígena para ser entregue ao Governador Ivo Cassol e tentar junto às autoridades competentes resolver a situação da escola da Extensão da Aldeia Tenente Marques.
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