MANAUS - As mortes por arma de fogo no Amazonas aumentaram 85% nos últimos três anos (2003 a 2006), segundo a pesquisa ‘Redução do Homicídio no Brasil’, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Justiça. O estudo foi divulgado na última terça-feira e aponta que o Amazonas foi o Estado que teve o maior aumento de mortes de pessoas do sexo masculino por armas de fogo, 85 por cada 100 mil habitantes, ficando atrás somente de Alagoas, que teve um aumento nas taxas de 59,4%.
Em relação ao número de homicídios, o Amazonas aparece em 17º no ranking nacional dos 26 estados brasileiros, com taxa de 20,8% assassinatos por cada 100 mil habitantes. Segundo a pesquisa, em 2006, ocorreram, no Amazonas, 689 homicídios, uma média mensal de 57 mortos.
De acordo com o estudo, 92% das vítimas de homicídios são homens na faixa etária de 15 a 39 anos. No ranking das principais causas de mortes entre o sexo masculino, os homicídios ocupam o terceiro lugar, atrás das doenças isquêmicas do coração e doenças cerebrovasculares.
Em 16 estados e no Distrito Federal houve queda das taxas de mortalidade por arma de fogo entre as pessoas do sexo masculino. As maiores reduções ocorreram em Roraima (-55,7%) e em São Paulo (-48,3%). Também houve crescimento da mortalidade no Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Ceará, Bahia e Sergipe.
Brasil
Em 2006, o Brasil registrou 34.648 óbitos por arma, contra 39.325 em 2003. Para o Ministério da Saúde, isso representa 4.677 vidas poupadas no País, especialmente entre homens. Em relação às taxas de mortalidade por arma de fogo, a redução do País foi de 18%, caindo de 22 para 18 óbitos por 100 mil habitantes.
A pesquisa revela, também, que houve queda no risco de morte nos municípios que receberam recursos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e nos que melhoraram a estrutura para atuar na área de segurança pública. Aqueles que não investiram em segurança registraram aumento.
Segundo a pesquisa, caso o País mantivesse o ritmo constante de elevação da mortalidade por essa causa, em 2006 teriam ocorrido 45.745 mortes. A diferença entre as mortes ocorridas e as que eram esperadas é de 13.838, o que corresponde a uma redução de 24%.
De acordo com o estudo do Ministério da Saúde, os homicídios cresceram de maneira contínua no Brasil, entre 1980 e 2003. Na avaliação dos dados, o risco de morte por homicídio no País, no ano de 1980, era de 14 por 100 mil habitantes, atingindo um ‘pico’ de 28,9 em 2003. Ou seja, a taxa ficou duas vezes maior no período. Já em 2006, o risco cai para 24 por 100 mil habitantes, representando queda de 17% em relação a 2003.
Na década de 80, foram registrados 230.832 homicídios no País, contra 348.461 na década de 90. Essa tendência de aumento se manteve nos quatro primeiros anos da década de 2000, mas, desde 2004, começou a declinar. Após registrar 51.043 homicídios, número máximo de vítimas no Brasil, o número de óbitos começou a apresentar uma queda contínua desde então, de acordo com a pesquisa dos ministérios.
A tendência já havia sido verificada por outra avaliação do Ministério da Saúde, divulgada em 2005, que indicou a redução dos óbitos por arma de fogo coincidindo com recolhimento de armas no País.