A falta de agulhas e seringas em algumas unidades de saúde pública do município e do estado estaria prejudicando a realização de exames laboratoriais e o atendimento aos diabéticos que buscam o material nos postos de saúde de Porto Velho para a aplicação de insulina, medicamento usado no tratamento da doença. A denúncia foi feita pelo comerciante Rogério Franco que testemunhou a cena e teve o sogro como um dos prejudicados.
Segundo Rogério, que esteve na Policlínica Osvaldo Cruz (POC) na manhã de ontem, uma funcionária do laboratório dispensou os usuários que aguardavam o atendimento alegando a falta de seringas e agulhas.
“Ela falou em alto e bom som na sala de espera. Todos que estavam ali poderiam voltar pra casa e dormir mais um pouco, pois não tinha como realizar os exames sem o material. Fiquei com pena, haviam muitos idosos, pessoas em cadeira de rodas e gente que veio de madrugada de localidades como Triunfo, Itapuã do Oeste e que até então estavam em jejum para poder realizar os exames”, explica o comerciante.
Ainda no mesmo dia, o sogro de Rogério, José Sebastião de Lima, de 78 anos, também teria passado pela mesma situação em duas unidades de saúde do município. “Meu sogro, que é diabético, foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Mamoré para realizar exames e não foi atendido justamente por não ter seringas e agulhas no local. Ele foi encaminhado para o Posto de Saúde Hamilton Gondin, e lá recebeu a mesma informação”, explica.
SEMUSA
Em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), o chefe da Divisão de Laboratórios, Gleenfe Cartonilho, garante que a denúncia não procede e que não existe a possibilidade de faltar esse tipo de material em qualquer unidade de saúde do município, bem como no laboratório da POC, que tem a administração sob a responsabilidade da Semusa desde julho de 2011.
“Todos os 18 postos de saúde de Porto Velho e a POC são constantemente abastecidos com os materiais de insumo. Não tivemos sequer ruídos desse tipo de informação. Nosso sistema de abastecimento é interligado com todos os laboratórios e mantemos uma rotina centralizada para que todos sejam amplamente supridos”, garante.
Segundo Cartonilho, a Semusa já estaria preparada para estes tipos de denúncia que, para ele, chega em um momento onde existe um interesse político de desestabilização onde o objetivo seria manchar a administração municipal atual.
“Já esperávamos por isso. Portanto, primamos por medidas de precaução e tivemos um trabalho minucioso para que a próxima administração encontre a casa em ordem, afinal, tivemos sim problemas na gestão atual, porém, na Semusa fizemos um trabalho com êxito. E isso é de conhecimento geral”, afirma o chefe da Divisão de Laboratórios.
A reportagem, em contato com a POC recebeu a informação de que a denúncia não tem fundamento. Segundo a responsável pelo laboratório da Policlínica, nenhum usuário deixou de ser atendido na manhã de ontem. De acordo com as informações, apenas alguns pacientes tiveram o sangue coletado por duas vezes, pois no momento do atendimento não haviam seringas de 20ml e, em alguns casos, era necessário a coleta de uma quantia maior para as análises. O problema, segundo a responsável, foi resolvido antes mesmo do término dos atendimentos.