A Prefeitura de Porto Velho recebeu nesta terça-feira (04) a Força Nacional do SUS. Enviada por ordem do presidente Lula (PT), a delegação deve ‘ressuscitar’ a rede básica municipal - que está com situação de emergência decretada desde o dia 27 de janeiro. Durante a coletiva acompanhada por
Rondoniaovivo no Prédio do Relógio, em Porto Velho (RO), o prefeito Léo Moraes (PODE), declarou que ‘a saúde do município está na UTI’.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) estima que cerca de 70 mil pessoas são afetadas pela falta de servidores e equipamentos em cinco unidades de saúde da capital. Além disso, a pasta aponta que cerca de 23 mil pacientes aguardam consultas com médicos especialistas, com filas que se alongam por até quatro anos.
Neste primeiro momento, a Força Nacional do SUS vai trabalhar para realizar um levantamento dos problemas e das demandas da saúde de Porto Velho. “Estamos aqui para apoiar o que for necessário - para que a gente possa estabelecer o que pode ser feito de forma imediata pelo Governo Federal, e o que pode ser feito em médio e longo prazo”, disse Rodrigo Stabeli coordenador geral da Força Nacional do SUS do Ministério da Saúde. “Para resolver problemas crônicos de saúde precisamos trabalhar com todas as esferas de governo - federal, estadual e municipal. Além de conversar com cidadão que está na ponta [do SUS]”, continuou.
Diminuir a mortalidade materno-infantil e aumentar a cobertura da atenção primária foram algumas das prioridades mencionadas por Stabeli. “Vamos estabelecer um plano de ação, a pedido da ministra Nísia [Trindade] e do presidente Lula, para que possamos, juntos, atacar o problema e fazer que Porto Velho tenha uma saúde de qualidade”, completou.
Porto Velho recebe a ajuda de uma das maiores equipes para gestão de crises de saúde, segundo Sid Orleans Cruz, superintendente do Ministério da Saúde em Rondônia. “A determinação aconteceu assim que o presidente Lula teve conhecimento [da crise]. Temos vários especialistas de áreas distintas para que sejam feitos os estudos de ação de curto, médio e longo prazo”, declarou. “Após esses estudos, muitas ações serão deflagradas com apoio do ministério - ações técnicas, e também financeiras, para que possamos tirar Porto Velho do caos”.
A Força Nacional do SUS foi criada em 2011. A delegação atua para responder rapidamente a situações emergenciais que afetam a saúde da população e é acionada por estados e municípios quando se esgota a capacidade de reação local.
Entre as missões realizadas estão o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS); Rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho; Pandemia de Covid-19; Surtos de dengue e síndromes gripais; Enchentes e deslizamentos em Pernambuco (2022) e na Bahia (2021 e 2022); Fluxo migratório de venezuelanos (Operação Acolhida); Crise de desassistência no território Yanomami; Enchentes como no Rio Grande do Sul (2023 e 2024); Apoio a eventos de massa — Círio de Nazaré, Rio+20, Copa do Mundo, Olimpíadas 2016 e Jogos Mundiais Indígenas e apoio aos estados e municípios afetados pelas queimadas e secas, como contou o Rondoniaovivo
nesta reportagem.