Afora a capital, Porto Velho — que tem sete candidatos a prefeito — os municípios com mais concorrentes ao executivo nestas eleições são Guajará-Mirim e Colorado do Oeste: têm cinco nomes no páreo, cada.
Guajará também bate recorde, proporcionalmente, em número de candidatos a vereador: tem 46 mil habitantes e 181 concorrentes, apenas 10 a menos que Ji-Paraná — a segunda maior cidade do Estado, com 131 mil moradores.
Por exemplo, Guajará ultrapassa na quantidade de postulantes à câmara Vilhena (133 nomes) e Cacoal (159), que têm o dobro de habitantes em relação à primeira cidade.
◼ 100% DOS VOTOS
Enquanto Porto Velho, Guajará e Colorado apresentam tantos nomes na corrida à sucessão, uma cidade do Cone Sul, Corumbiara, faz o caminho inverso. O atual prefeito Leandro Vieira (UB) concorre sozinho. Não precisa de campanha e já preparou o novo terno para posse.
Com 7 mil habitantes, Corumbiara oferece um cenário de desinteresse na movimentação política. Apresenta somente 44 candidatos a vereador, ou seja, 4,88 pessoas por vaga. Até o menor município de Rondônia, Pimenteiras do Oeste, com apenas 2.200 habitantes, tem mais gente na disputa: são 50 no páreo.
Uma comparação sobre este “vestibular”: em Porto Velho são 441 nomes; representam 19,17 pessoas por cada vaga no Legislativo, composto por 23 vereadores.
◼ PP DE CASSOL EM BAIXA
O ex-governador e ex-senador Ivo Cassol fez de tudo para tomar a direção estadual do PP das mãos de sua irmã, Jaqueline Cassol. E conseguiu. Para quê?
O partido realizou um imenso encontro em Ji-Paraná na pré-convenção, lotando um ginásio, anunciando que disputaria o pleito com fôlego. Mas não emplacou os dois nomes que a sigla estava apostando no estado: Valdir Vargas, em Porto Velho, e Eduardo Mezzomo, em Vilhena. Ambos nem levaram o projeto adiante e acabaram renunciando suas postulações e apoiando, respectivamente, Mariana Carvalho e Delegado Flori.
Além de não conseguir impulsionar e impor os dois nomes, Cassol teve uma perda ainda mais grave: a própria irmã. Ao articular junto à direção nacional que ela deixasse a presidência do partido no estado, a ex-deputada Jaqueline postou vídeo no Instagram se dizendo traída. E agradeceu o atual governador Marcos Rocha (UB) por tê-la acolhido em seu grupo. Chamou-o de “irmão”.
Rocha, o novo amigo de infância de Jaqueline, nomeou o marido dela, Luiz Paulo, como secretário de estado da Agricultura.
EM TEMPO — Mesmo com o revés momentâneo no PP, o vilhenense Eduardo Mezzomo – que é sobrinho de Ivo Cassol – saiu-se muito bem nas entrevistas em sua pré-candidatura a prefeito. Só não foi avante porque o partido implodiu e ficou sem nominata para vereador. Culpa de Cassol. Até o atual vice-prefeito Aparecido Donadoni, que era do PP, migrou para o PL, após as intervenções e imposições do ex-governador.
Entretanto, Eduardo Mezzomo continua, sim, sendo um nome a ser considerado para futuras apostas. Pode ser candidato a deputado estadual, por exemplo. Jeito para política ele tem.
◼ CONFÚCIO SUMIDO E CANCELADO
O senador Confúcio Moura, líder do MDB, perdeu a maioria de seus aliados no interior. Até em Ariquemes, berço confuciano, o partido e o político perderam a relevância se comparados com o que representavam anos atrás.
Confúcio não participou de nenhum espaço publicitário dos candidatos de seu partido no estado. Porque, na verdade, ninguém quer se associar a ele, eleitoralmente falando. Está completamente apagado e à margem do processo eleitoral deste ano.
A razão do declínio é simples: ele faz parte da base do Governo Lula. E Lula, como se sabe, enfrenta forte rejeição no Norte do país, com exceção do estado do Pará. Mais de 70% de Rondônia são bolsonaristas intransigentes. Para estes, Confúcio é um quase comunista. O que, convenhamos, ele jamais foi. Nem de longe.
O MDB, que já governou as mais importantes cidades de Rondônia, não consegue emplacar nenhum candidato a prefeito. Em Porto Velho, a ex-juíza Euma Tourinho disputa sem alianças e, nos debates, evita falar o nome de Confúcio. É como se o decano fosse um peso no processo.
Por mais que o senador tente se explicar acerca de suas escolhas e obrigações que o exigem como aliado de Lula, está claro que seu ciclo está em vias de encerrar. É o que parece.