Nesta quarta-feira (14), Porto Velho (RO) voltou a ocupar o topo do ranking - elaborado pela IQAir - de cidades mais poluídas do Brasil. O ar da capital rondoniense foi classificado como ‘
muito insalubre’ pela empresa suíça que monitora a qualidade do ar em vários lugares do planeta. Um ar muito insalubre sinaliza perigo para pessoas com doenças respiratórias e até para pessoas completamente saudáveis.
Como
mostrou o jornal
Rondoniaovivo, Porto Velho acordou coberta por uma manta grossa de fumaça. O cheiro de queimado invade casas, narizes e pulmões - sufoca a população porto-velhense, mas parece não incomodar a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), responsável pela fiscalização de queimadas em todo o estado.
Neste ano, como
revelou Rondoniaovivo, a pasta só registrou cinco autos de infração sobre uso de fogo na capital. Emitiu também o mesmo número para autorizações de uso de fogo em Porto Velho. A fiscalização anêmica possibilita - se não estimula - o aumento das queimadas na capital e em todo o estado.
A redação recebeu, por meio de leitores com
#OlharCidadão, fotos e vídeos do fumacê. Vitor Borin, leitor do jornal, junto com outros cidadãos porto-velhenses, elaborou uma petição pública pedindo uma providência dos poderes públicos para a melhoria da qualidade do ar. O abaixo assinado cobra poderes estaduais, federais e municipais como a Secretária Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a própria Sedam.
A Prefeitura de Porto Velho, por meio da
SEMA, afirmou em nota que intensificou o combate às queimadas urbanas. Até o início de junho deste ano, 61 denúncias foram foram recebidas pelo departamento de Fiscalização e Monitoramento Ambiental da Sema. Quantidade quase irrisória quando justaposta com dados do Programa de BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - que registrou 763 focos de queimadas no estado, no mesmo mês.
Nacionalmente, Porto Velho é a 4ª cidade com mais vegetação queimada durante julho, como contou o jornal
nesta reportagem.
Por causa da fumaça, Sol da capital nasceu vermelho na primeira semana de agosto. - FOTO: Solano Ferreira / Rondoniaovivo
“Tenho dois filhos [...] tendo crises [respiratórias] todas as madrugadas. Estou sem dormir direito há dias. Estive em unidades de saúde esses tempos e vi muita gente sofrendo com o caso da poluição. Não pude resistir a escrever essa petição. Nossas família precisam de nossa coragem e que não sejamos covardes”, disse Borin.
Até o momento da publicação deste material, 34 internautas participaram do abaixo assinado feito por Borin. Para conferir o texto da petição,
clique aqui.