PORTO VELHO: Capital amanhece sob densa camada de fumaça; queimadas agravam situação

A cidade de Porto Velho amanheceu nesta quarta-feira coberta por uma densa camada de fumaça, resultado das queimadas que assolam as matas e fazendas nos arredores da capital. A falta de chuvas e o calor excessivo têm contribuído para a propagação do fogo, tornando o ar da cidade praticamente irrespirável e trazendo sérios riscos à saúde da população.

 

Desde as primeiras horas do dia, a visibilidade nas ruas da cidade foi drasticamente reduzida, com a fumaça pairando sobre bairros inteiros, transformando a paisagem urbana em um cenário de névoa constante. O cheiro forte de queimada, misturado ao ar seco e ao calor intenso, tem gerado preocupação entre os moradores, que já começam a sentir os efeitos negativos dessa situação.

 

As unidades de pronto atendimento (UPAs) e postos de saúde de Porto Velho estão registrando um aumento significativo nos atendimentos de pacientes com problemas respiratórios. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, como asma e bronquite, são os mais afetados, apresentando sintomas como tosse persistente, falta de ar e irritação nos olhos e garganta.

 

Médicos alertam que a exposição prolongada a esse tipo de poluição pode agravar condições respiratórias preexistentes e desencadear crises em pessoas saudáveis. “A fumaça dessas queimadas é composta por partículas finas que, ao serem inaladas, penetram profundamente nos pulmões, causando inflamações e outras complicações. É fundamental que a população, especialmente os grupos mais vulneráveis, evite sair de casa e utilize máscaras de proteção quando necessário”, explicou um pneumologista da rede pública de saúde.

 

 

Além dos problemas de saúde, a qualidade do ar deteriorada também tem impactos econômicos e sociais, com a redução da produtividade em diversos setores, incluindo o comércio, que tem visto menos clientes nas ruas, e o transporte, que sofre com os atrasos devido à baixa visibilidade.

 

Autoridades locais têm monitorado a situação de perto, mas a falta de chuva na região torna difícil o controle das queimadas. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) já havia emitido alertas sobre o aumento dos focos de incêndio em Rondônia, mas a extensão da fumaça surpreendeu até mesmo os especialistas.

 

Com a previsão de tempo seco e temperaturas elevadas para os próximos dias, a população de Porto Velho deve se preparar para mais dias de fumaça e seus efeitos prejudiciais. Especialistas recomendam a ingestão de líquidos em abundância, o uso de umidificadores de ar em ambientes fechados e a redução de atividades físicas intensas ao ar livre.