50 MIL QUILÔMETROS: Jornada ESG passa por Rondônia; saiba o que é

Expedição está mapeando projetos alinhados ao desenvolvimento sustentável. Centro de Estudos Rioterra e Centro Cultural Indígena Wagôh Pakob Paíter Suruí foram destaques do estado

50 MIL QUILÔMETROS: Jornada ESG passa por Rondônia; saiba o que é

Foto: Chefe de Redação de Rondoniaovivo Solano Ferreira, e publicitário Marcel Guariglia posam ao lado de carro híbrido que ainda vai percorrer mais 25 mil km / Ícaro Campos Cunha; Rondoniaovivo

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Porto Velho (RO) foi a última parada da Jornada ‘ESG’, uma expedição subcontinental que está mapeando iniciativas de desenvolvimento sustentável e cultura alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta quinta-feira (04), o jornal Rondoniaovivo conversou com Marcel Guariglia, responsável pela expedição - que já percorreu 16 estados brasileiros e 25 dos 50 mil quilômetros planejados para a viagem.
 
 
‘ESG’ é uma sigla do inglês, que significa ‘Environmental, Social and Governance’ (Ambiental, Social e Governança), usada para nomear um conjunto de boas práticas e diretrizes empresariais. O termo foi usado pela primeira vez em um relatório de 2004 elaborado pelo Pacto Global, da ONU, que aconselhava a indústria em como melhor incluir questões sociais, ambientais e de governança na administração de empresas.
 
Inspirado por este conjunto de boas práticas, Marcel Guariglia, que tem 23 anos de experiência como publicitário, diretor de cena, e produtor executivo, começou a estudar o que existe por detrás do marketing e da estratégia empresarial. Nos últimos cinco anos, Guariglia se aprofundou no mundo da sustentabilidade e do ‘ESG’ e desenvolveu projetos com foco em negócios sustentáveis e de impacto positivo. “O foco da Jornada ‘ESG’ é desmistificar essa sigla, que já é globalmente conhecida, fazendo o letramento e a conscientização da sociedade sobre esses temas. O ‘ESG’ surgiu inicialmente para demonstrar o quanto existem de riscos econômicos associados a riscos ambientais, sociais e de governança”, disse Guariglia em entrevista a Rondoniaovivo
 
A Jornada ESG está sendo compartilhada pelas redes sociais e pelo site do projeto. Por lá, Marcel compartilha as iniciativas sustentáveis visitadas pela expedição e um pouco do percurso da jornada. “No início da semana percorremos a lendária e desafiadora rodovia federal BR-319 [...] Vergonha nacional. descaso de gestores e órgãos públicos. Falta de infraestrutura e trechos com mais de 500 quilômetros de terra e lama, sem nenhum posto de combustível e alimentação. Somos a favor da conservação da floresta, mas até para que isso aconteça de forma efetiva se faz necessário a viabilidade de infraestrutura.”, lê-se em uma publicação que registrou a chegada da Jornada de Manaus (AM) até Porto Velho. 
 
 
 
 
Quando se trata de meio ambiente, Marcel não tem a postura batida que normalmente carrega marqueteiros. “O ‘ESG’ é um guarda-chuva para os 17 objetivos sustentáveis da ONU. Destes 17, a sociedade - e o mercado como um todo -, tem pouco conhecimento sobre alguns ODS. Mas, infelizmente, a sociedade está aprendendo pela dor. O que está acontecendo no Rio Grande do Sul, por exemplo, é um grande letramento sobre aquecimento global e combate às mudanças climáticas”, disse Gariglia. Alguns destes 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU são abordados com profundidade pelas iniciativas mapeadas pela Jornada.
 
 
 

FOTO: 17 ODS da ONU devem ser alcançados até 2023. Reprodução via Organização das Nações Unidas

 
 
Em Rondônia, o Centro de Estudos Rioterra e o Centro Cultural Indígena Wagôh Pakob Paíter Suruí foram escolhidos pela curadoria da expedição com base em uma pesquisa dentre mais de 300 projetos, segundo Marcel. “Nós buscamos maturidade e materialidade de entrega das organizações. Para isso, criamos uma estrutura de roteiro baseada em seis tópicos para a gente provocar a iniciativa - qual que é a interpretação e o trabalho dela [da iniciativa] para a implementação da agenda ‘ESG’”. Os tópicos, como trabalho ambiental, vínculo social e base de governança - “com gestão transparente, base de dados e rastreabilidade” -, são trabalhados pelos dois projetos rondonienses. 
 
O Rioterra, que se define como uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), trabalha com conservação da biodiversidade, redução de vulnerabilidades sociais e mitigação das mudanças climáticas. As iniciativas do Rioterra já reflorestaram mais de 6.000 hectares e beneficiaram 4.568 agricultores familiares, de acordo com o site da organização. 
 
 
Já o Centro Cultural Indígena Wagôh Pakob Paíter Suruí, criado por Gasodá Suruí, atende turistas, estudantes e comunidade em geral ao promover ações culturais do povo Paiter Suruí na Terra Indígena Sete de Setembro em Cacoal, município a cerca de 480 quilômetros da capital - que é para onde a Jornada ‘ESG’ vai antes de seguir para o Mato Grosso. 
 
 
 
 
De lá, a Jornada ‘ESG’ vai prosseguir para os países vizinhos do Brasil, passando por Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, até a América Central - onde Marcel vai abordar temas ligados aos desafios ambientais do Canal do Panamá, soluções ambientais na Costa Rica, os desafios sociais na Nicarágua e Honduras, a oficialização da moeda bitcoin em El Salvador e a redução das desigualdades em Guatemala e Belize. A expedição deve terminar no Alaska, depois de passar pelo México e o Canadá.
 
 
 
 
FOTO: Jornada iniciou em Ushuaia, na Argentina. Cidade é considerada o 'fim do mundo' por conta da proximidade com a Antártida. Reprodução via Assessoria
 
 
“A gente acredita que boa parte da mídia já está trazendo os desafios e os problemas. Do nosso lado - como gestores públicos, empresas, sociedades e empreendedores estão buscando se desenvolver de forma mais sustentável -, nos coube apresentar soluções sustentáveis. Criamos uma rota mapeada em soluções, visitando mais de 150 negócios de impacto mostrando a materialidade em campo. Não basta mostrar ‘só’ o problema.”
 
Para acompanhar a Jornada ESG de Marcel Guariglia, acesse as redes sociais ou o site do projeto. 
 
Acesse também o site e as redes da Rioterra e do Centro Cultural Indígena Paíter Suruí, aqui e aqui
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