MAIORIA: Processo migratório de negros em Rondônia aconteceu por vários séculos

Mais da metade da população se identifica como preta ou parda; quilombolas, barbadianos, imigrantes isolados e haitianos são alguns dos grupos negros identificados

MAIORIA: Processo migratório de negros em Rondônia aconteceu por vários séculos

Foto: Marcela Bonfim/Amazônia da Cor da Minha Pele

Os negros, incluindo pretos e pardos, representam 68% da população de Rondônia, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Como ocorreu a migração dessa população para o território rondoniense?

 

O pesquisador Marco Teixeira, professor e especialista em Direitos Humanos, Desenvolvimento da Justiça e História da Amazônia na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), identifica quatro fases distintas e grupos diversos envolvidos nesse processo.

 

Marco explica que as migrações não seguiram padrões específicos, mas estiveram relacionadas a outros grupos, como portugueses e nordestinos de várias etnias. Os principais impulsionadores dessa migração para Rondônia foram a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) e o ciclo da borracha.

 

Quilombolas

 

O primeiro grupo é formado pelas populações negras do Vale do Guaporé, que foram obrigadas a se deslocar para o território, escravizadas por portugueses. Algumas dessas pessoas também nasceram no Brasil.

 

As comunidades remanescentes desses quilombos foram reduzidas devido à colonização agrária. As comunidades rurais de quilombolas em Rondônia incluem nomes como Santo Antônio, Pedras Negras, Jesus, Porto Rolim, Santa Cruz, Forte Príncipe, Santa Fé e Laranjeira.

 

Foto: Daiane Mendonça/Secom - Governo de Rondônia

 

Barbadianos

 

O segundo grupo refere-se aos afro-antilhanos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, conhecidos como 'Barbadianos'. Eles migraram para a Amazônia durante o ciclo da borracha, contribuindo para a construção de grandes obras em Belém, Manaus e Porto Velho.

 

Esses grupos, que formaram a primeira classe média negra regional, introduziram culturas protestantes, evangélicas e pentecostais em Porto Velho.

 

Imigrantes isolados

 

Há também um grupo de imigrantes isolados que chegaram a Rondônia em diferentes momentos econômicos favoráveis, como o ciclo da borracha, garimpos de cassiterita, obras públicas e construção de hidrelétricas.

 

Esses imigrantes trouxeram contribuições culturais significativas, como o carnaval de rua, os primeiros grupos de samba e as atuais religiões de matriz Afro-Brasileira.

 

Centenas de famílias negras vieram para Rondônia (então Território Federal do Guaporé) e participaram da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré - Foto: site rondoniaemsala.blogspot.com

 

Haitianos

 

Uma exceção ao padrão econômico de migração foi o caso dos haitianos, que deixaram seu país após um terremoto em 2010. A chegada deles ao Brasil foi vinculada à presença militar brasileira no Haiti e a atividades missionárias pentecostais brasileiras.

 

Os haitianos, em sua maioria, tornaram-se mão de obra subvalorizada durante as grandes obras em Rondônia, mas atualmente, muitos migraram para outros estados do Brasil.

 

Esses grupos formam uma parte significativa da população de Rondônia, contribuindo para a diversidade cultural e étnica do estado.

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