ATRASO: Estudantes de medicina da UNIR dizem estar sem estágio por omissão da Sesau

De acordo com instituição federal, problema dura quase dois anos, por conta da pandemia da Covid-19

ATRASO: Estudantes de medicina da UNIR dizem estar sem estágio por omissão da Sesau

Foto: ILUSTRATIVA

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Depois de dois meses da falta de conversas e respostas por parte da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), alunos do curso de Medicina da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) cobram um posicionamento final do órgão quanto à liberação do estágio prático no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho.
 
Um ofício assinado no dia 16 de dezembro, pelo chefe de departamento de Medicina da UNIR, José Carlos Coutinho de Oliveira, pede “autorização para que os alunos do 1º ao 4º ano deste curso de medicina, possam realizar as atividades práticas no Hospital de Base, considerando a extrema importância que haja a vivência por parte do aluno de medicina”.
 
Segundo o documento, “os módulos das disciplinas que contam com a parte prática estão sendo ofertados de forma virtual, o que, certamente, prejudicará a formação desse futuro profissional médico. Portanto, uma vez que é imprescindível que esses acadêmicos tenham acesso aos campos de prática, solicitamos autorização para que possamos encaminhá-los”. 
 
 
Esquecimento
 
Ainda de acordo com os estudantes, eles não têm tido atenção da Sesau, enquanto a secretaria os procurou diversas vezes em algumas demandas e foi atendida.
 
“Já ajudamos na vacinação duas vezes. O Estado não tem ajudado a UNIR de fato. É o que vem acontecendo. Outras tratativas anteriores não foram correspondidas. Já foi enviado o ofício e não tiveram respostas”, desabafou um deles, em mensagem de WhatsApp ao Rondoniaovivo.
 
Estudantes de Medicina e de outras áreas de Saúde pedem a volta das aulas práticas nas unidades de saúde do Estado
 
Por isso, na segunda-feira (07), os universitários, em conjunto com acadêmicos de outros cursos da área de Saúde, divulgaram uma nota de repúdio pela péssima articulação da UNIR e má gestão durante a pandemia, prejudicando principalmente os alunos dos cursos da Saúde com a falta de aulas práticas e de negociações com a Sesau, para a liberação dos campos de estágios (veja mais abaixo).
 
O Rondoniaovivo entrou em contato com a assessoria de comunicação da secretaria, que prometeu um posicionamento assim que apurar as informações com os setores competentes. Quando enviarem a respostaa, faremos a atualização desta notícia.
 
Veja nota na íntegra:
 
 
Os Centros Acadêmicos dos cursos de Medicina (CAMUFRO), de Enfermagem (CAENF), de Psicologia (CAPSI) e de Educação Física (CAEFIS), os quais integram a representatividade estudantil do Núcleo de Saúde (NUSAU) da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), vêm, por meio desta nota de repúdio, manifestar a indignação com relação ao prejuízo da qualidade do ensino atualmente oferecido pela UNIR, assim como pelo baixo rendimento acadêmico por conta da modalidade de ensino vigente. 
 
Tal situação se deve ao não cumprimento de atividades práticas obrigatórias contidas nos respectivos Planos Pedagógicos dos Cursos (PPC). Portanto, ocorre atualmente um descumprimento às regras daquilo que o Ministério da Educação (MEC) prevê para que os referidos cursos sejam ofertados.  
 
Desse modo, a não realização das atividades práticas de caráter obrigatório, suspensas por conta da vigência do Ensino Remoto Emergencial, bem como a inexistência de um Plano de Ação estruturado que contemple de forma correta e coerente a reposição das atividades que não aconteceram nos anos de 2020 e 2021, bem como daquelas que deveriam ocorrer no ano de 2022, confirma o descaso com os acadêmicos desses cursos e a contínua degradação da qualidade do ensino atualmente oferecido pela UNIR. 
 
Por isso, requisitamos um Plano de Ação aos referidos Departamentos que preveja as datas, a metodologia e, principalmente, os campos de estágio adequados dos Departamentos de Medicina, de Enfermagem, de Psicologia e de Educação Física.
 
Sabe-se que para os acadêmicos terem um rendimento adequado e poderem concluir seus cursos de forma digna, faz-se necessária a realização das atividades práticas obrigatórias em sua matriz curricular. 
 
Apesar de a UNIR ter elaborado um Plano de Biossegurança para o retorno gradual das atividades presenciais, os cursos da saúde não foram contemplados com um plano específico para realizarem suas respectivas atividades práticas, tanto nas dependências do campus da UNIR de Porto Velho, quanto em campos de estágio nos serviços de saúde do município. 
 
É importante ressaltar que os acadêmicos dos referidos cursos já possuem a cobertura vacinal de duas doses contra a COVID-19 e grande parte desses alunos já receberam a dose de reforço. 
 
Além disso, a UNIR tem o intuito de formar acadêmicos e futuros profissionais de qualidade para atuar em diversos cenários, inclusive para desafogar os serviços de saúde de Porto Velho, por meio de suas contribuições no atendimento à população em Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), na Policlínica Oswaldo Cruz, no Hospital de Base, no Hospital João Paulo II e no Hospital do Amor. Dessa forma, torna-se patente a importância da atual requisição, haja vista que os impactos dessa problemática superam os acadêmicos da UNIR.
 
Assim, os Centros Acadêmicos dos cursos de Medicina (CAMUFRO), de Enfermagem (CAENF), de Psicologia (CAPSI) e de Educação Física (CAEFIS) cobram da UNIR, bem como dos Departamentos de Medicina, de Enfermagem, de Psicologia e de Educação Física, uma resposta à atual insatisfação, bem como a criação de medidas efetivas para solucionar essa problemática que persiste há 2 anos na formação dos discentes dos cursos do Núcleo de Saúde. 
 
Sem prejuízo do envio ao Ministério Público Federal para apuração de eventuais atos dolosos da prática de improbidade administrativa diante da evidente desídia e inércia desta respeitável instituição de ensino.
 
Basta!
 
Exigimos o fim dessa problemática!
Direito ao esquecimento

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