Em tempos de avanços tecnológicos, milhares de brasileiros ainda adoecem todos os anos por falta de acesso ao saneamento básico.
Um novo levantamento divulgado nesta semana pelo Instituto Trata Brasil apontou que em 2019, Rondônia teve 4.082 internações provocadas por doenças de veiculação hídrica, ou seja, por meio de água contaminada.
Por isso, ocupamos a vexatória 8ª posição entre os 27 estados brasileiros, quando levamos em consideração a taxa por 10 mil habitantes.
Em todo o país foram 273 mil internações e 2.734 mortes. A categoria abrange várias doenças conhecidas dos brasileiros: diarreia, dengue, malária, hepatites, cólera, esquistossomose…
Quase 35 milhões de pessoas vivem em locais sem acesso à água própria para consumo e 100 milhões sem coleta de esgoto. Ou seja: um maior risco de ter uma dessas infecções.
Norte
As internações gerais pela falta do saneamento básico em 2019 foram maiores na região Nordeste com 113.748. Em segundo lugar, o Sudeste com 61.797 e em, terceiro, o Norte com 42.361.
Levando em consideração as populações absolutas, o Norte é proporcionalmente o pior estado em internações relacionadas à falta do tratamento de esgoto.
Os “melhores” (ou menos piores) nesse cenário são o Sul (27.759) e o Centro-Oeste (27.738), quase iguais.
Levando em conta a taxa de incidência por 10 mil habitantes, são 22,9 internações no Norte (onde só 12% da população tem acesso ao saneamento básico); 19,9 no Nordeste; 17,2 no Centro-Oeste; 9,26 no Sul; e 6,99 no Sudeste (onde a cobertura alcança 79%).
Entre os 27 estados, Rondônia ocupou em 2019 a 20ª posição do ranking por internações gerais causadas por doenças de veiculação hídrica. Na taxa por 10 mil habitantes, o estado com índice de 22,98 está na 8ª posição.
As mortes em decorrência das doenças hídricas atingiram 2.734 pessoas em todo o país. A maior incidência foi no Nordeste com 1.069. Logo em seguida o Sudeste com 907, o Sul 331, o Centro-Oeste 213. E por último, o Norte com 214 óbitos.
Pandemia
Segundo o Trata Brasil, dados preliminares apontam para uma redução de 35% nas internações por doenças de veiculação hídrica em 2020.
No entanto, a entidade explica que os dados precisam ser analisados pelas instituições médicas, já que a queda pode estar relacionada ao afastamento das pessoas dos hospitais por medo de contaminação pela Covid-19. Isso aconteceu com outras doenças, vale dizer.