Consultor de informática administrava a página Ceticismo Político com o nome falso de Luciano Ayan
Foto: Divulgação
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O consultor de informática Carlos Augusto de Moraes Afonso, de 45 anos, admitiu neste sábado (24) ser o dono da página Ceticismo Político, acusada de disseminar fake news sobre as causas da morte da vereadora Marielle Franco. Afonso, que operava nas redes sociais com o pseudônimo “Luciano Ayan”, é sócio de Pedro D’Eyrot, líder e um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre) em uma consultoria. Até o início deste mês, ele também era sócio, em outro negócio, de Rafael Rizzo, coordenador de comunicação do MBL.
A página Ceticismo Político foi retirada do ar neste sábado pelo Facebook, porque constatou que o perfil “Luciano Ayan”, que administrava a página, era falso. A página Ceticismo Político foi apontada em estudo da Universidade Federal do Espírito Santo como a grande impulsionadora das falsas acusações contra a vereadora do PSOL que tomaram conta das redes sociais horas após o assassinato de Marielle.
Com a retirada da página da rede, o consultor de informática revelou a sua real identidade. Em nota publicada no site, rebateu as acusações de que dissemina fake news e assumiu a ligação com o MBL que sempre negou qualquer vínculo direto com Luciano Ayan e a página Ceticismo Político.
Outra empresa do consultor ligada a lideranças do MBL é a Itframing Serviços de TI que foi criada em 12 de julho de 2016, três meses depois do afastamento da então presidente Dilma Rousseff em meio ao processo de impeachment.
A empresa informou aos órgãos oficiais que atua no segmento de tecnologia da informação. Até 5 de março deste ano, o sócio de Afonso era Rafael Almeida Rizzo, que tinha 10% do capital social da empresa. Rizzo é o coordenador de comunicação do MBL.
Guerra Política
Em conversa com o R7, Carlos Afonso disse que usava um pseudônimo para não misturar as atividades profissionais com a página de política no Facebook. “Comecei um site muito focado em métodos de guerra política. Era para ficar entre amigos”.
Segundo Afonso, a decisão de revelar que era Luciano Ayan aconteceu devido à repercussão que a postagem sobre Marielle alcançou. “Quando grupos internos começaram a fazer chantagens, eu fui lá e mostrei mesmo. Até porque é normal. Não tenho nada a esconder”.
O consultor ressalta que a ligação com o MBL se dá mais por afinidade ideológica. Ele fala pouco sobre os negócios com integrantes do movimento, mas confirma a sociedade na empresa com Pedro D’Eyrot, um dos fundadores do MBL. “Existe, sim. Tá lá, né? O registro, o meu nome e o do Pedro. Isso nunca foi negado, não”.
Documento mostra que Carlos e Pedro são sócios
Afonso ratifica que o MBL desde sempre compartilhou o material publicado no site Ceticismo Político por concordar com as análises feitas por ele. “Existe uma relação de parceria, porque o movimento desde o início compartilhou o meu material, concordou com as minhas análises de guerra política e muitas das estratégias que publiquei foram adotadas”.
Outro Lado
Rafael Rizzo e Pedro D’Eyrot não foram localizados para comentar a sociedade com Carlos Afonso. Renan Santos, um dos coordenadores nacionais do MBL, disse por telefone que não podia falar. Foi enviado e-mail para a assessoria do movimento, que não respondeu até o momento.
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