Asteroide recém-descoberto não é segunda Lua da Terra

Asteroide recém-descoberto não é segunda Lua da Terra

Asteroide recém-descoberto não é segunda Lua da Terra

Foto: Divulgação

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Recentemente, a imprensa nacional e internacional alardeou a descoberta de um novo asteroide, cuja orbita peculiar o faz girar ao redor da Terra. Imediatamente a rocha ganhou o título de "segunda Lua", mas as coisas não são bem assim.

Batizado de 2016 HO3, o asteroide tem apenas 36 metros de diâmetro e foi descoberto no dia 27 de abril de 2016 através do telescópio robótico Pan-Starrs 1, situado no Havaí.

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Esse seria apenas mais um entre tantos asteroides descobertos quase que diariamente, se não fosse por alguns detalhes bastante peculiares.

A orbita de 2016 HO3 ao redor do Sol leva 365.93 dias para ser completada, praticamente o mesmo tempo de translação da Terra. Além disso, o shape da elipse é bastante alongado, característica que faz sua distância ao Sol oscilar periodicamente ao longo do ano. Para completar o cenário, 2016 HO3 está travado gravitacionalmente à Terra, o que faz com que seu afélio e periélio (maior e menor distância ao Sol) ocorram sempre na nossa vizinhança.

Esta intrincada dinâmica entre movimentos de translação, excentricidade das elipses e travamento gravitacional resulta em um padrão orbital bastante complexo que faz com que 2016 HO3 aparente girar ao redor da Terra, o que pode ser confundido como uma "segunda-lua".

No entanto, as coisas não são tão simples e seria preciso muita boa vontade para chamar 2016 HO3 de "segunda-Lua".

Explicando

Ambos os objetos caminham juntos ao redor do Sol, mas devido à excentricidade da orbita a distância do asteroide varia entre 14 milhões e 40 milhões de quilômetros da Terra.

Para que 2016 HO3 fosse de fato uma segunda-lua Lua, a pequena rocha deveria girar ao redor do nosso planeta, com o baricentro (centro de massa) situado entre a Terra e o asteroide, mas isso não acontece. O asteroide orbita o Sol a uma distância que varia entre 130.49 Mkm e 165.27 Mkm (Mkm=milhão de Km), com o baricentro no espaço, em algum ponto entre a estrela e a rocha.

Fim da pseudo-Lua

Os cientistas acreditam que o travamento gravitacional entre a Terra e o asteroide tenha se estabilizado há cerca de 100 anos e deve permanecer assim pelos próximos séculos, quando as instabilidades gravitacionais o tirarem dessa posição de travamento.

Quando isso acontecer, 2016 HO3 poderá se tornar um asteroide potencialmente perigoso e até mesmo vir a se chocar contra a Terra.

Seja qual for o destino de 2016 HO3, seu título de pseudo-lua já está com os dias contados.

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