O Despreparo tático e psicológico da PM/RO para abordagem de cidadãos em blitz
Foto: Divulgação
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Quando se refere a despreparo pensa-se em alguém que não foi preparado devidamente, mas o dicionário dispôs de vários sinônimos a este termo que bem podem ser adicionado ao tema deste texto: incompetência, insuficiência, inidoneidade, inaptidão, impremeditação e incapacidade.
Triste, amoral, desrespeitoso e incompreensivo. Estes são os adjetivos que me vieram a cabeça diante da abordagem de uma blitz realizada em Porto Velho, neste domingo (27.04.2015), localizada na Avenida Rio Madeira sentido Parque Ecológico.
Esta, acompanhada de uma equipe técnica do DETRAN, na qual pode ser observado a divergência de preparo interpessoal, em relação a equipe da PM, com abordagem instrutiva e educativa, objetivando cumprir a Lei 11.705/2008 (Lei seca), com caráter preventivo.
Na abordagem policial observada, o “princípio da presunção de inocência”, na qual todo cidadão é considerado inocente até o julgado, não existe! Pois o cidadão já é tratado como criminoso quando abordado e, ameaçado de desacato caso questione o tipo de ação.
O despreparo psicológico é tão grande que chega ao limite do absurdo, levando o fardado a falsa sensação de poder absoluto, alterando sua voz e avisando que a pessoa não deve expressar o que pensa e nem questionar a ação policial. Pasme! Vi uma policial infligir outra Lei, o direito de expressão, na qual qualquer indivíduo deve manifestar livremente, idéias e pensamentos. Portanto se um policial pode dá voz de prisão, caso sinta-se ofendido, o cidadão tem o direito de fazer impedir a prática de delitos, sendo assim, qualquer cidadão pode dar voz de prisão TAMBÉM!
Presenciei o comandante da operação agir de forma passional pedindo revista geral no carro de um cidadão que, após se submeter ao teste do bafômetro e não ter sido detectado nenhum teor alcoólico, elogiou a forma educada e instrutiva da equipe do DETRAN, diferente do tratamento policial. Opa! O objetivo da blitz então mudou? Não era Lei seca? O comandante resolveu que o objetiva seria humilhar, constranger, multar e não prevenir!
Segundo, Carlos Lungarzo, representante da anistia internacional no Brasil, a polícia e os militares, independente de seus sentimentos pessoais, caráter, crenças, entre outros, são grupos violentos e que têm tendência ao abuso em qualquer país do mundo, mas, no Brasil, atingiram proporções extrema. Para esta autora, os PMs são condicionados a tal comportamento desde o momento inicial de seu curso preparatório, onde são submetidos, à ideologia militar, iniciando um processo de transformação humana, em que, independentemente da formação familiar e social anterior, tornar-se um “soldado”. Levando esse ser humano aos mais diversos conflitos sociais e até mesmo existenciais, predispondo-o a comportamentos truculentos, frios, e muitas vezes desumanos para o ponto de vista da sociedade civil. Resta a nós cidadãos, cobrar o preparo adequado das Instituições à democracia e à liberdade que pretendemos para o Brasil, para nossas vidas. No entanto, para que isso ocorra, as Polícia Militares devemuma transformação estrutural e ideológica.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!