Vereador reafirma inocência pede desculpas à Câmara e diz que renuncia mandato se provarem acusações
Foto: Divulgação
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O vereador Eduardo Rodrigues usou a tribuna na tarde desta segunda-feira (09/08), para se pronunciar oficialmente pela primeira vez sobre sua prisão ocorrida no dia 4 de julho durante a operação Apocalipse desencadeada pela Policia Civil em Porto Velho.
Eduardo Rodrigues pediu desculpas à Câmara por ter trazido segundo ele, tamanha repercussão negativa para a Casa. “Tenho a consciência limpa do que fiz e do que não fiz. Quero pedir desculpas por tudo que aconteceu desde o dia em que fui preso. Estou aberto à criticas. Podem me xingar e protestar. Eu não tenho um pingo de duvida de que serei inocentado de tudo que aconteceu”, garantiu Eduardo.
Água quente e sem ventilador
O vereador descreveu o que passou durante os dois meses em que esteve confinado. “Em 65 dias eu comi 130 marmitex, tomei agua quente e passei 11 dias sem ventilador em uma cela de poucos metros quadrados com outras dezenas de presos. Depois disso, qualquer problema que acontecer daqui para frente é pouco perto do que vivi no Presídio Urso Panda. Eu não tenho medo de nada”.
Em seu discurso o vereador destacou que nenhum politico na historia de Rondônia passou tantos dias na cadeia como ele. “Era para ser uma prisão de cinco dias e que seria renovada por mais cinco. O juiz entendeu que todos teriam prisão preventiva. Foram dois meses e cinco dias encarcerado. Tenho residência fixa, 26 anos de contribuição na minha carteira de trabalho e moro há 23 anos em Porto Velho e mesmo assim, tive todos os meus habeas corpus negados”, lamentou.
Interferências na Comissão Processante
Sobre a suposta interferência do vereador nos trabalhos da Comissão Processante, criada para investigar as acusações contra os três vereadores envolvidos, Eduardo afirmou categoricamente que jamais interviu em qualquer discussão a respeito do caso. “Eu não estive na Câmara hoje de manhã como estão dizendo. A única reunião que vou participar desta comissão é no dia que eu for chamado para me defender. O mesmo depoimento prestado à Polícia Civil será prestado à Comissão da Câmara. Não vou pedir para ninguém me favorecer. Reafirmo que esta Comissão não sofrerá nenhuma interferência da minha parte em qualquer reunião que trate deste assunto”, sentenciou Rodrigues.
Renúncia
Visivelmente emocionado o vereador foi mais além. “São 81 pessoas envolvidas neste processo. Foram ouvidas 121. Se houver alguma dessas pessoas que provarem que eu tenho algo haver com isso eu mesmo renuncio ao meu mandato evitando um desgaste maior para esta Casa. Eu não iria entrar nesse tipo de crime. Podem ficar tranquilos. A verdade vai aparecer e tudo vai acontecer da melhor forma possível” declarou Eduardo.
Financiamento de campanha
Sobre o suposto financiamento de campanha com recursos oriundas da Organização criminosa lideradas por Beto Baba e Fernando da Gata, Eduardo Rodrigues negou que tivesse recebido qualquer quantia para ser eleito. “Não tive financiamento de ninguém na minha primeira campanha. Fui eleito a primeira vez com 1.092 votos de pessoas que trabalharam comigo. Na segunda eleição fiz 2.403 votos e na ultima campanha fui eleitos com 3.051 votos. Eu não teria necessidade nenhuma de fazer tudo isso que estão me acusando”, garantiu.
Formação de quadrilha
Para Eduardo o que aconteceu com ele deve servir de lição para todos. “Eu estou sendo acusado por formação de quadrilha porque agora estar reunido com um grupo de três ou quatro pessoas é tipificado como formação de quadrilha. É preciso ter cuidado para não ser preso por algo que não se fez. Isso serve para nós políticos e para qualquer outro cidadão. Quero pedir confiança dos meus amigos, eleitores e dos meus pares, mas de maneira alguma vou pedir a qualquer vereador que me favoreçapara provar minha inocência. Façam aquilo que tiverem que fazer diante da verdade dos fatos”.
Ao final o vereador disse que durante todo o tempo em que esteve preso respeitou as decisões da Justiça com paciência. “Quero agradecer minha família, pois estive longe deles no dia do aniversario da minha filha eno dia dos pais. Mas graças a Deus eu saí a tempo de comemorar o aniversário da minha outra filha que é especial. Não tenho mágoa de ninguém. Não tenho inimigos, mas se tivesse, não desejaria o que passei atrás das grades”, finalizou o vereador.
Eduardo não prestará esclarecimentos à imprensa até que o Ministério Público se manifeste sobre as acusações impostas contra ele. “Foram 60 dias para a Policia concluir o inquérito e agora o MP tem mais 10 dias para aceitar ou não a denuncia. Somente após a decisão do MP é que vou falar com a imprensa”.
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