Para o presidente da Associação Rondoniense de Municípios (Arom) e prefeito de Mirante da Serra (RO), Vitorino Cherque, os órgãos de proteção ambiental, protetores de petróleo e o Estados Unidos da América (EUA) deveriam compensar os municípios dos estados da Região Amazônica brasileira. É que, conforme o líder dos prefeitos, os moradores da Amazônia, são "vigilantes gratuitos permanentes do pulmão do mundo" e não recebem nada por manter intocadas as áreas que poderiam estar produzindo e desenvolvendo as localidades.
Como dirigente da Arom, o prefeito Vitorino lançou, recentemente, uma proposta para discussão entre as entidades representativas de municípios na Região Norte. A ideia seria provocar nos prefeitos e nas bancadas federais de seus respectivos estados a reflexão sobre o tema e consequente criação dos Royalties da Floresta. "Vou reunir todos esses presidentes de associações para deliberarmos sobre um posicionamento quanto ao assunto junto ao Congresso Nacional e demais instâncias pertinentes", adiantou.
Na visão do municipalista, a implementação dos royalties para os municípios guardiões das áreas de preservação e parques nacionais seria um incentivo justo, já que, a manutenção dessas matas interessa aos demais estados do País e outras nações. Vitorino lembra que em Mirante da Serra, por exemplo, pelo menos 50% da área territorial do município é Floresta Nacional, que compõe a reserva dos Pacaás Novos. O prefeito também salienta que o município de Guajará-Mirim/RO é formado por 93% de área verde intocável.
Em Brasília, o presidente da AROM informou em entrevista que conhece a existência do chamado ICMS Verde, que é repassado pelo Estado de Rondônia aos municípios que possuem áreas ambientais. Entretanto, destaca Vitorino: Esse ICMS é insuficiente e apenas simbólico em relação à importância de nossas matas para o mundo. Querem mandar na nossa Amazônia. E se querem que a protejamos para eles, então terão que nos pagar por isso".