UNIR - As posições e as contraposições – Por José Januário de Oliveira Amaral

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UNIR - As posições e as contraposições – Por José Januário de Oliveira Amaral

Foto: Divulgação

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Em seu livro “Considerações sobre o governo representativo”, Stuart Mill anuncia a forma de governo que considera ideal, dizendo que uma doutrina melhor seria possível se pudesse ser adotada tanto por um liberal quanto por um conservador, sem que nenhum deles renunciasse aos valores de suas próprias crenças.
 
Para o pensador, tal doutrina seria a do governo representativo que não ameaçaria os conservadores, porque não seria totalmente democrática e satisfaria os liberais, porque o poder absoluto do rei seria limitado. Este governo, prossegue Stuart Mill, teria uma assembléia representativa cuja função seria a de observar e controlar o governo, tornando seus atos conhecidos pelo público e conduzindo uma completa exposição e justificação de todos aqueles atos que fossem considerados condenáveis; e mais, se os homens que constituíssem o governo abusassem de seu mandato ou o cumprissem de modo contrário ao deliberado pela nação, eles deveriam ser expulsos do gabinete e seus sucessores deveriam ser, expressa e virtualmente, nomeados. (Stuart Mill – 1806/1873).
 
Considerations on Representative Government (Considerações sobre o governo representativo) foi escrito por Stuart Mill em 1861, e após tantos anos as formas de governos partem de escolhas; naquela época como agora. 
 
É assim que inicio esta nota de esclarecimento para toda sociedade rondoniense, porque acredito que uma democracia se faz por meio de escolhas; e governos, sejam eles da Presidência da República ou de uma Universidade, devem levar em conta a vontade dos homens e mulheres. Foi assim a escolha da comunidade acadêmica quando me elegeu reitor da Universidade Federal de Rondônia. É, pois, assim que funciona a representatividade da UNIR.
 
Para algumas mentes, isso não vale quando interesses pessoais estão ameaçados, haja vista que as formas de governos instituídos (por escolhas da maioria, diga-se de passagem) são incorporadas a qualquer outro recurso para obter os objetivos humanos. Se me utilizo de palavras de Mill é porque compartilho do seu pensamento. O que nos
resta, portanto, é seguir a vontade e a ordem natural dos governos, cada qual no seu tempo e, sempre observar e/ou acompanhar através dele(s) os fatos, os produtos, os mecanismos adotados para obter os objetivos melhor para todos.
 
Vale lembrar que essa nota está sendo escrita em um tempo específico e próprio da Universidade Federal de Rondônia; tempo em que os homens e mulheres buscam cada qual em seu estágio - exercitar a democracia, ponderar, julgar, reclamar, sugerir, omitir ou ganhar forças para resistir, etc. Seja o sentimento que for não seria bom para ninguém que ele fosse ignorado. Por outro lado, deve-se ter em mente que a Universidade não age por si mesma, isto é, ela é criada para ser desenvolvida pelos homens e mulheres, com o consentimento deles; mas a participação de cada um deve ser ativa e ajustada às condições, sentimentos e qualidades de que a UNIR precisa para se desenvolver. 
 
Por isso acredito que o impedimento dos sentimentos causaria danos piores, e venho durante esse longo período de crise resistindo e até mesmo ignorando alguns fatos que para alguns não seriam passíveis de apreciação. Afinal, a UNIR tem estatuto, regimento, e enquanto representante da instituição, o reitor deve exercer o controle sobre suas ações, considerando que é a representação desta comunidade; logo, é para esta comunidade que se coloca – para servir.
 
Sou professor e estou reitor, e diante disso sempre estive disposto a não desqualificar os sentimentos dos meus representados. No entanto, não significa que estou disposto a cooperar com a autoridade, os julgamentos falsos, às repressões severas, intrigas, aos ferimentos morais. Seria mais seguro de minha parte manter-me isento, porque o problema poderia se resolver de outro modo. Mas seria melhor para a UNIR? Creio que não. Porquanto, o que venho acompanhando é prejudicial à UNIR, aos estudantes, professores, técnicos e mesmo à sociedade de Rondônia. Afinal a democracia eleita para a universidade não condiz com a forma de governo que algumas pessoas almejam – diferente daquela escolhida pela maioria (reitero novamente). E é por este motivo que a defendo. 
 
O modelo de governo ou modo de governar defendido por essas pessoas (diferente da maioria) é contestável e insustentável, ou seja, o esforço da posição e contraposição
(modo natural de pessoas politizadas) hoje é substituído pelo esforço do ataque e contra-ataque (modelo bélico?). Esses esforços, portanto, aplicados ao desejo de vingança ferem a imagem da Universidade: espaço de convivência, pesquisa, ensino, troca de experiências, de formação do indivíduo. Afirma-se - a elegibilidade destes meios não se adapta aos objetivos reais da nossa instituição. Os critérios elegidos para os ataques e contra-ataques: e-mails, comentários em redes sociais, matérias na imprensa, etc. ferem indivíduos, magoam famílias, desorientam a sociedade, colocam em xeque a autonomia institucional, criam um estado de guerra; caráter típico de um estado retrógrado, insuficiente e ultrapassado para os modelos de administração do século 21. Todo esse tipo de perversidade imposta nos últimos dias não é compatível aos principais interesses de uma instituição de ensino superior. O mais triste: essas pessoas estão se esquecendo das histórias boas e de trabalho das pessoas que fizeram e fazem desta universidade uma instituição de respeito. Uma universidade composta de pessoas do Estado de Rondônia e de várias partes do país. Ninguém pode ser massacrado sem saber o porquê, pois, assim estão se sentindo. Muitos não conseguem entender o que acontece... As reticências são para esclarecer: enquanto Reitor da UNIR sou o representante, também, daqueles que não conseguem serem ouvidos e não sendo, ficam sem seus direitos de defesa. O abafamento das vozes de muitos é outro sentimento prejudicial e compreendi que a hora de esclarecer a sociedade de Rondônia é urgente.
 
A UNIR (– comunidade acadêmica –) que não compartilha desse modo de discussão para alcançar objetivos esdrúxulos e desprovidos de propósitos, não aceitará mais afrontas e clama por um diálogo justo, honesto, responsável, que possa conduzir somente à ordem e ao desenvolvimento. Creio que seja impossível avançarmos se não nos aprimorarmos nas relações humanas, no cuidado com os outros, no respeito mútuo. O favorecimento para o futuro da Universidade Federal de Rondônia não se pautará na desobrigação do indivíduo para com o seu semelhante. É necessário se libertar das amarras do preconceito, do denuncismo sem razão e causa, da falta de compromisso com a instituição, da injustiça social, da preguiça, da improdutividade, do falso testemunho, da mentira, do perjúrio, ou seja, qual for a denominação que daremos para o mal trato com o outro.
 
Nenhum sacrifício em prol da UNIR valerá à pena se não for provido do sacrifício da perda de si mesmo em prol do ganho do bem comum.
 
Este texto que intitulei “As posições e as contraposições” vem ao real encontro das nossas necessidades. É preciso defender posições, marcar contraposições (somos seres políticos). No entanto, não haverá necessidades se considerarmos que tudo está pronto e nada mais há por fazer. Não há uma UNIR pronta, construindo “tijolo por tijolo”, somos nós que a construiremos. Não haverá necessidades se todos aqueles e aquelas que fazem parte desse processo se julgarem acima do bem e do mal; porque não haverá mais necessidade de governo, de representação, de eleição, de diálogo, de justiça. Cada qual fará a sua necessidade e administrará devidamente para atingir tão somente o seu próprio bem. 
 
Se os resultados serão bons, ninguém saberá, pois o mecanismo que vem sendo imposto coloca o poder em contato tão somente com obstáculos. De nada valerá a luta sem a inteligência de todos, afinal somos humanos, por isso, capazes de discernir entre o bem e o mal. Somos diferentes, eis nossa condição de humanos. Das nossas diferenças façamos a combinação para o aprimoramento mental, social e de justiça da nossa sociedade, do Estado de Rondônia.  
Que assim seja!
 
 
Prof. Dr. José Januário de Oliveira Amaral
Reitor
 
Direito ao esquecimento

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