Indignados e preocupados com o violento episódio que determinou o fim da vida e da carreira da juíza Patrícia Lourival Acioli, morta no Rio de Janeiro, com 21 tiros em uma emboscada, os magistrados de Rondônia aderem ao movimento nacional de protesto ao assassinato da colega. Eles fizeram nesta quinta-feira, dia 18, nas unidades do judiciário rondoniense, inclusive, um minuto de silêncio em respeito à vítima, que se tornou o símbolo da aguerrida luta contra a injustiça. O movimento é nacional e representa também a insatisfação dos juízes pelo que consideram um atentado ao Poder Judiciário.
Para o desembargador Daniel Ribeiro Lagos, que coordenou o movimento em Rondônia, a indignação é geral, principalmente por que vários juízes estão em situação semelhante a que vinha enfrentando Patricia Acioli. Sofrem ameaças em razão do trabalho e da responsabilidade pertinente à profissão. "O Estado tem que garantir apoio não só aos magistrados, mas também a todos os servidores que trabalham no judiciário e passam por situações como essa", disse o desembargador ao conclamar para o movimento no Fórum Criminal de Porto Velho.
Ainda esta semana dois desembargadores, Marcos Alaor Diniz Grangeia, vice-presidente do TJRO e Alexandre Miguel, tinham se manifestado em artigo pela adoção de medidas pelo Estado para proteção dos magistrados. "Que este lamentável acontecimento sirva de reflexão para as autoridades que representam o Poder Judiciário nacional, a fim de que atuem de forma positiva sobre as condições de insegurança dos magistrados que, diariamente, colocam suas vidas e a de seus familiares em risco por força de suas decisões, em busca do fortalecimento do Estado de Direito e da democracia", escreveram no artigo enviado às associações de magistrados de todo o país