Os diretores do Creci afirmaram que uma boa fatia dos empreendimentos vão parar no segundo semestre por falta de financiamento
Durante reunião com o deputado federal Mauro Nazif na manhã desta terça-feira (10), os diretores do Conselho Regional de Corretores de Imóvei (Creci/RO), Flaézio Lima (presidente), Cezar Zoghbi (vice-presidente) e a conselheira federal, Sandra Bresolin pediram apoio do deputado para que este mobilize a Bancada para interfir junto à Caixa Econômica visando alterar a normativa que veta o financiamento de empreendimentos com recursos do Programa Minha Casa Minha Minha Vida em áreas que não tenham infraestrutura, como asfalto e saneamento.
A normativa entra em vigor a partir de 30 de junho. Inicialmente, estava previsto para vigorar em primeiro de junho, mas por conta da mobilização nacional, tanto do setor imobiliário quanto dos empresários da construção civil, a Caixa prorrogou o prazo. “Temos que nos manter mobilizados para conseguirmos alterar o documento”, declarou Flaézio Lima, frisando que a normativa foi feita por pessoas que conhecessem apenas a realidade do centro sul do Brasil. “Eles nunca estiveram na Região Norte para ver como é a situação em relação a nossa infraestrututra”, acrescentou.
Cezar Zoghbi destacou ainda que a medida levará o mercado imobiliário e da construção civil à barracota nesse segundo semestre, uma vez que uma fatia considerável dos empreendimentos irão parar por falta de financiamento, acarretando desemprego e, consequentemente, problemas sociais. “Nossa preocupação não é apenas com o mercado imobiliário, mas também com a população”, frisou.
De acordo com ele, caso as empresas tenham que arcar com a infraestrutura, o preço dos imóveis ficarão mais elevados, deixando-os fora do patamar de benefício do Minha Casa Minha Vida. O valor máximo dos imóveis contemplados pelo Programa é de R$ 130 mil. “O sonho da casa própria de muita gente chegará ao fim”, enfatizou.
Para Sandra Bresolin a exigência da Caixa é louvável, pois a infraestrutura é fundamental para o bem-estar dos moradores, mas população está sendo punida por conta de um problema que é de responsabilidade do poder público, ou seja, arcar com asfalto e saneamento básico. Na sua opinião, é preciso que sejam adotadas regras diferenciadas para os estados sem infraestrutura, como é o caso de Rondônia.