NOTA DE REPÚDIO - Acadêmicos da Unir de Guajará Mirim

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Foto: Divulgação

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A universidade é uma instituição mais antiga que o Estado moderno. É responsável pela consolidação do conhecimento científico, e é por excelência o espaço onde o mundo é desmistificado.
 
No Brasil, as universidades tiveram um papel fundamental na luta contra o regime militar, que foi responsável pelo desastre social, político e econômico que afundou o país, e ainda tivemos milhares de vidas ceifadas e outras torturadas. A presença de uma universidade pública numa comunidade significa muito mais do que a chance de obter um diploma: trata-se da oportunidade de termos uma instituição que, cumprindo o papel de corresponder às necessidades sociais, poderá promover um desenvolvimento local sólido, na medida em que cria um ambiente em condições de pensar a realidade, e assim poder criar mecanismos de interferência social.
 
Em Guajará Mirim, temos hoje o campus da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) que, depois de intermináveis lutas pela consolidação da cultura universitária, vem buscando parcerias e aumentando o seu espaço na vida social da cidade, através de cursos de graduação que possam corresponder à demanda regional.
 
Considerando que a instituição universitária é palco para grandes debates, e que o espaço físico do campus de Guajará-Mirim é inversamente proporcional a sua importância para os nossos estudantes, precisamos estender além dos muros da universidade o seguinte fato: No dia 18/08/2010 três acadêmicas de nosso campus, tiveram a chance de reviver os tempos de ditadura militar, sendo levadas ao distrito policial da cidade de forma coercitiva e truculenta, sendo retiradas de dentro do campus da forma mais esdrúxula e arbitrária possível.
 
Explico: O campus de Guajará-Mirim possui muitos acadêmicos que residem no Município de Nova Mamoré e, que dependem de carona para fazer o trajeto de ida e volta até a universidade. São alunos que lutam contra o destino de não ter transporte público ou veículo próprio. Na dependência diária de carona, as universitárias aceitaram entrar num carro oficial conduzido por um policial, que atento às circunstâncias, ofereceu ajuda às três alunas, que se encontravam à beira de uma rodovia federal à mercê da própria sorte.
 
No entanto, ao chegarem ao destino, se depararam com uma senhora arrogante e autoritária, logo se posicionou contrária à ação comum à polícia ostensiva e repressiva, conhecida como “policiamento comunitário”. A tal senhora – que logo mais ao ocorrido, soubemos tratar-se da Promotora de Justiça LUCIANA NICOLAI – que em momento algum se identificou, capitaneou a condução coercitiva das três alunas, juntamente com um membro da Policia Federal local, ao distrito policial, sem qualquer explicação plausível.
 
Nesse sentido, temos as seguintes questões: Qual é a função social de um promotor de justiça? Que tipo de universidade forma um operador do direito, que ao ingressar numa carreira jurídica, excede os limites de seu pseudo poder? E a questão do abuso de autoridade? Por que um policial civil tem que ser punido por socorrer acadêmicas, que tão somente tentavam chegar à universidade? Deve ser levado em conta ou não o fato dessas alunas guerreiras, estarem à margem de uma rodovia, numa região de fronteira que ocupa as páginas da imprensa, com noticiários sobre tráfico de drogas, estupros, homicídios e toda sorte de violência? Não seria do promotor de justiça a função de custus legis?
 
Sendo assim, o Centro Acadêmico, representando toda comunidade estudantil do campus, repudia o fato ocorrido, que caracteriza não apenas o despreparo psicológico e intelectual de quem deveria “promover a justiça”, mas também o desengajamento social e a atitude truculenta, abusiva e arbitrária, onde um membro do parquet, mobilizou a máquina e utilizou o poder do Estado contra cidadãos que indiretamente, pagam o seu vultuoso salário, através dos impostos arrecadados com o trabalho digno e honesto.
 
Ressaltamos, que as três alunas irresignadas e com o apoio incondicional de toda a comunidade acadêmica levarão o fato ao conhecimento da Corregedoria Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Rondônia, instituição idônea e ilibada, que certamente tomará a decisão mais acertada, bem como ao Poder Judiciário.
 

Por fim, lembramos que tanto as alunas vítimas de tal conduta, como também os demais acadêmicos do campus da UNIR em Guajará-Mirim, são pessoas em sua maioria simples, de baixo poder aquisitivo, sem muita perspectiva de trabalho, mas que estão tentando mudar o rumo de suas vidas, percorrendo o caminho trilhado pelos livros, pela cultura, pela honestidade, pela dignidade e pelo trabalho.

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