Política em Três Tempos
1 – SOBRINHO CANDIDATO
Assinado por dirigentes sindicais petistas e obtido com exclusividade pela coluna, o documento “O Futuro do PT em Rondônia passa pela Gestão da Capital” - um misto de apego ao poder, pavor ao risco e delírios proféticos - é a base da resistência de parte do PT à candidatura de Roberto Sobrinho ao governo.
Subscrevem o documento – que apresenta como subtítulo “Continuidade do PT na gestão da Capital é defendida por sindicalistas” e traz como saudação final a frase “O PT se consolidará e avançará com a razão que constrói o sonho de cada dia!” – os sindicalistas Itamar Ferreira (Bancários), João Anselmo (Telefônicos). Claudir Mata (Educação), Raimundo Bezerra (Bebidas), Da Silva (Rodoviários), Cleiton Santos (Bancários), Ângela Abreu (Terceirizados), Paulo Tico (Vigilante), Manoel Santana (Correios) e Nailor Gato (Urbanitários). Na íntegra, o documento é o que se segue:
“O Partido dos Trabalhadores em Rondônia teve um crescimento extraordinário nas eleições de 2002 e 2004, que foi consolidado nas eleições de 2006; situação que coloca enormes responsabilidades para as eleições de 2010. Abaixo se apresenta um breve resgate deste período e se analisa as duas principais estratégias atualmente em debate:
2002: O PT realizou um feito histórico em Rondônia, ao eleger, pela primeira vez, um representante ao Senado, dois representantes à Câmara dos Deputados e uma expressiva bancada de deputados estaduais;
2004: apoiado no excelente desempenho da eleição anterior e nas mudanças históricas implementadas pelo governo do presidente Lula, veio a conquista que para muitos, especialmente os adversários, parecia praticamente impossível, a vitória do PT para administrar a Prefeitura de Porto Velho; o que ocasionou um crescimento significativo do Partido em todo Estado;
2006: com base nos excelentes mandatos, em especial no desempenho inicial da administração da Capital e na consolidação do governo Lula, conseguimos manter nossa bancada de parlamentares federais; além de bom desempenho na eleição de deputados estaduais;
2008: colhendo os frutos das gestões Petistas no governo federal, na Capital, no interior e na atuação dos parlamentares de Partido, o PT conseguiu a reeleição em primeiro turno em Porto Velho, conquistando Cacoal e outras importantes prefeituras e vice-prefeituras, além de eleger a maior bancada de vereadores na história de Rondônia.
2010: será um momento decisivo para o PT de Rondônia; pois todo este crescimento acumulado nas últimas quatro eleições tanto poderá ser mantido e ampliado, como pode ser reduzido, inclusive de forma drástica, dependendo das estratégias a serem adotadas.
2 – DUAS ESTRATÉGIAS
Analisa-se a seguir as duas principais estratégias hoje colocadas em debate, que poderá até resultar em prévias, caso não se chegue a um desejável consenso. Uma coisa é certa, não existe eleição ganha, assim como não há eleição perdida; portanto vamos às alternativas.
ESTRATÉGIA 1 – seria manter o PT na gestão da Capital, possibilitando além de uma excelente vitrine do modo Petista de governar, um importante suporte para as candidaturas ao governo, senado, deputados federais e estaduais; bem como à candidatura de Dilma para presidente;
1.1 – manter o PT na Capital significa ficar mais 2 anos e 8 meses à frente de uma transformação extraordinária da cidade sob o comando do Partido; com continuidade das políticas diferenciadas que atualmente são implementadas por militantes que estão nas mais diversas áreas da administração municipal;
1.2 – manter o PT na administração de Porto Velho até 2012 representa a possibilidade concreta de o Partido fazer a sucessão e manter o projeto petista governando por muitos anos na Capital, que completaria seu centenário sob gestão do Partido;
ESTRATÉGIA 2 - a segunda alternativa seria realizar um aliança na qual o PT passaria a administração as Capital ao PMDB já em abril de 2010, com 2 anos e 8 meses para terminar o mandato.
2.1 – é importante ressaltar que a prefeitura de PVH com quase 10.000 servidores, 3.000 contratos temporários e cargos em comissão e 1,8 bilhões em obras até 2012, é uma poderosa estrutura nas mãos do PMDB e Raupp não pretende dividi-la com o PT.
2.2 – essa opção inviabiliza na prática a reeleição do PT ao senado e dificultará a luta pela Bancada Federal. Significa entregarmos a prefeitura da Capital, a Vaga do senado, e nos lançarmos numa disputa de governo cujo resultado, como em toda a eleição, não sabemos;
2.3 - essa opção implicará, também, em mudanças significativas nas políticas implementadas pelo PT, bem como, em exoneração de inúmeros Petistas;
3 – CUSTO POLÍTICO
2.4 – outra conseqüência desta segunda estratégia seria comprometer, para não dizer inviabilizar, a possibilidade do PT fazer a sucessão na Capital em 2010, comprometendo a retomado do projeto Petista em Porto Velho por muitos anos.
2.5 – A estratégia 2, é o cenário ideal para o PMDB, que já entraria no jogo eleitoral ganhando muito, mesmo antes de abrir as urnas; enquanto o PT perderia a Prefeitura para enfrentar um eleição que não se sabe o resultado.
Em que pese os dois principais argumentos as favor da segunda estratégia, “aliança com o PMDB já no primeiro turno e um candidato com perfil que seria mais ‘aguerrido’ para enfrentar o grupo Cassol”, lembrando que este será candidato ao senado e não ao governo, salta aos olhos de qualquer observador um pouco mais isento das emoções naturais de que defende uma alternativa, que o custo político inicial é altíssimo, independente de se considerar que não há eleição definida, seja a favor ou contra, para qualquer candidatura.
Entende-se, numa leitura rápida do contexto político, que este pode ser o momento ideal para o PT; contudo se as peças do xadrez forem mexidas de forma errada o xeque-mate poderá ser favorável aos adversários.
A presente reflexão defende claramente que o Partido dos Trabalhadores tem que ousar e estar imbuído de mais coragem: preservando patrimônio político, vamos crescer de fato, manter a Capital como vitrine do PT, eleger Dilma Presidente, fazer Governador/a, reeleger senado e ampliarmos as bancadas federais e a estadual. Este é o sonho dos movimentos sociais e sindicais combativos do Estado de Rondônia: ter um cenário que amplie as perspectivas das lutas sociais, sem riscos desnecessários de um retrocesso. É importante ressaltar que o partido dispõe de outros excelentes nomes para disputar, e ganhar, o governo do Estado.
A exemplo do Estado do Acre estaremos implantando um projeto político que vai mudar para melhor toda a nossa região e beneficiará nossos povo e nossa gente, por muitos anos.”