PT teme que Lula troque a candidatura da legenda ao governo por acordo Dilma-Cassol - Por Paulo Queiroz

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PT teme que Lula troque a candidatura da legenda ao governo por acordo Dilma-Cassol - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos

1 – CASSOL & DILMA

 O que de início pareceram simples jocosidades começam agora a tomar forma de preocupação. Por ora, no entanto, na forma de aflição, o fenômeno só está sendo percebido pelos estão ameaçados de ficar no prejuízo. Fala-se, leitor, dos gracejos que tomaram conta das conversas políticas de uma ponta a outra do Estado durante a – e mais acentuadamente algum tempo depois da – visita da ministra Dilma Rousseff, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, ao pedaço, no dia 19 do mês passado.

Na ocasião, como se pode constatar, mais que roubar a cena, o governador Ivo Cassol (PP) fez questão de mostrar-se excepcionalmente caloroso nos rapapés da recepção. Não bastassem as mesuras protocolares em demasia, em todas as ocasiões da agenda da visita em que teve oportunidade de fazer referências à ministra o governante derramou-se em reverências e amabilidades. Foi o suficiente para a parolagem oficial começar a dar asas à imaginação. Por dias seguidos, dos círculos mais concêntricos da acolitagem palaciana não se irradiou outra coisa que não hipotéticas parcerias envolvendo o governante e a propalada candidatura da ministra à Presidência da República.

Numa avaliação apressada, dir-se-ia que esta é uma conjectura que descamba rapidamente para o irreconciliável – senão para o anedótico -, mormente quando se tenta compatibilizar o espectro histórico-político da ex-guerrilheira com o prontuário ideológico do ex-prefeito de Rolim de Moura. Aquele apontaria para a lua e este para as profundezas abissais dos oceanos. Mas não é bem assim, como adiante se verá.

Ademais, não se deu atenção à tese num primeiro momento porquanto sua fundamentação - a inclinação de Cassol para os lados da Dilma - tinha origem nas chamadas “missas de corpo presente”, ou seja, o governador desmanchara-se em gentilezas enquanto a ministra esteve à vista, com ambos compartilhando os mesmos espaços. A prosa começou a tomar outro rumo quando, após a visita, Cassol passou a elogiar Dilma a torto e a direito.

2 – ELOGIOS A GRANEL

Apenas para exemplificar, recordem-se dois momentos porto-velhenses poderosamente amplificadores. Ao ser abordado por jornalistas na Expovel, Cassol desmanchou-se em elogios a Dilma – e ao chefe dela - que, segundo fez questão de proclamar, “têm sido sensíveis aos problemas do Estado” - citou a permuta da Flona de Bom Futuro pela reserva estadual de Rio Vermelho. Depois, ao discursar na solenidade que marcou a primeira concretagem da usina de Santo Antônio, voltou tricotar louvores à ministra que, conforme disse, tem o seu estilo. "A ministra Dilma manda só uma vez; caso contrário, bota para correr", filosofou. Pelo interior do Estado, então, tem falado tanto nessa ministra que, se fosse filiado ao PT, já teria sido interpelado pelo MP eleitoral por antecipação de campanha.

A coisa chegou a tal ponto que, no início do mês, o jornalista Sérgio Pires – ex-diretor do Departamento de Comunicação (Decom) de Cassol e titular da coluna “Primeira Mão” (jornal “Folha de Rondônia” e uma pá de sites) publicou categoricamente: “Não há qualquer dúvida. O governador de Rondônia já tem seu candidato à Presidência da República. Na verdade, sua candidata. Cassol não poupa elogios à ministra Dilma Rousseff  e deixou claro que ela terá seu apoio em 2010”.

Como, em se tratando de Cassol, com quem ainda mantém excelentes relações, Pires sabe bem do que está falando, foi o suficiente para deixar os capas pretas do PT rondoniense de cabelos em pé. Mas não exatamente pelos elogios em si. Afinal, proveniente de onde não se espera, apoio é uma decisão unilateral. Ocorre que a pulga atrás da orelha do cardinalato petista não se instalou lá por acaso. Na verdade, sobram aos companheiros razões para tanta agonia.

Encurtando a conversa, repare o leitor na abordagem via e-mail de uma fonte do PT local ao colunista: “Outra: você ouviu falar por aí que o Cassol teria fechado um acordo com Dilma? O Cassol tem elogiado demais a ministra, não é? Eu tenho uma avaliação, ainda superficial, de que o trator Lula irá empacar a candidatura do PT. O que você acha?”

3 – PROJETOS RIFADOS

A candidatura aí referida, leitor, é a de governador de Rondônia. E a razão pela qual o companheiro presidente a empacaria diz respeito à prioridade absoluta dada pelo Palácio do Planalto e pela tendência “Construindo um Novo Brasil” (CNB) – antigo “Campo Majoritário" – do PT ao projeto de candidatura de Dilma à sucessão de Luiz Inácio. Não é brincadeira, considerado. Prioridade absoluta.

Tanto assim o é que o Diretório Nacional do PT decidiu recentemente enquadrar as seções estaduais do partido para impedir o lançamento antecipado de concorrentes petistas aos governos dos Estados e baixou resolução para segurar o ímpeto dos candidatos mais apressados. Por determinação do comando petista, prévias e encontros convocados para definição de candidaturas estão agora suspensos até fevereiro de 2010. O plano é montar palanques para a ministra no maior número possível de Estados, mesmo que para isto seja necessário sacrificar candidatos do PT aos governos.

E o diabo é que, entre as candidaturas sacrificáveis está justamente a do PT rondoniense. E esse povo – da assessoria de Lula – não dá murro em ponta de faca. Sabe-se (por intermédio de pesquisas da melhor qualidade, ninguém se engane) que, neste momento e até onde a vista alcança em 2010, Cassol é o grande eleitor da maloca. E o fato de o governador estar hoje no comando do PP caripuna, um partido da base aliada, juntaria o côncavo e o convexo no que diz respeito à possibilidade de um acordo.

Para quem imagina que Cassol de um lado e Dilma e o PT do outro são como água e óleo, incapazes de produzir uma mistura, não conhece o passado dessa gente. Na 1ª eleição de Cassol em Rolim de Moura, leitor, o atual governador era filiado ao PDT e Dilma também. A coligação que elegeu Cassol prefeito naquele 1996 era  PPB/PDT/PT/PL/PPS – isso mesmo, o PT no meio. E em 2002, Cassol jamais teria sido governador não fora o apoio – velado, “ma non tropo” - do PT no 2º turno. Como se vê, razões é que não faltam para justificar o tal acordo, seja na esfera do pragmatismo ou no âmbito mesmo da história recente. A ver.

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