Os trabalhadores na construção civil de Rondônia recebem salários e benefícios bem menores do que os colegas que trabalham no Acre, sendo que os dois Estados fazem parte da base da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Rondônia e Acre (FITRAC), presidida por Antonio Acácio Moraes do Amaral.
Enquanto que na Usina de Jirau, em Rondônia, um carpinteiro ganha R$ 630 reais, no Acre ele receberia R$ 800 reais em obras de qualquer natureza sem que haja um canteiro de obras sequer do porte das usinas que serão construídas por aqui.
Já um pedreiro ou armador na Usina de Santo Antonio recebe R$ 717 reais, já como o “aumento” deste ano, sendo que um pedreiro no Acre, na mesma função, recebe R$ 800 reais.
Segundo um dos lideres da oposição sindical, Raimundo Soares da Costa, o “Toco”, é importante ressaltar que no Acre o pessoal que trabalha em função qualificada ou oficiais, que são pedreiro, carpinteiro armador, eletricista montador, encanador e outros, têm direito a um piso mínimo de R$ 800 reais pra trabalharem na chamada construção leve; enquanto que nas Usinas do Madeira, as construtoras Odebrecht e Camargo Correia, que são da construção pesada, pagam salários que variam de R$ 630 a R$ 700, quando deveriam pagar salários bem maiores do que os da construção leve do Acre.
Para a oposição sindical estas distorções têm uma única explicação: em Rondônia os acordos e convenções da categoria são assinados diretamente por Antonio Acácio do Amaral, representando o Sindicato dos trabalhadores na Construção Civil (STICCERO), enquanto no Estado do Acre, que até o ano passado também sofria a influência do presidente da FITRAC, já em janeiro deste ano, a direção do Sindicato dos Trabalhares na Construção Civil do Acre (STICCEA) rompeu com Antonio Amaral expulsando-o de suas bases, e já conseguiu os primeiros avanços, estabelecendo pisos salariais superiores aos de Rondônia.
Causa estranheza, segundo a oposição sindical ao STICCERO, estas distorções em que a construção pesada de Rondônia paga pisos inferiores aos da construção leve do Acre; pois o mercado da construção civil em Rondônia está muito mais aquecido, com construções de centenas e prédios e das duas Usinas do Madeira, sendo necessário inclusive a importação de mão-de-obra de outros Estados. Além disso, as condições de trabalhos nas Usinas são muito mais desgastantes, as vezes sequer existe abrigo pra chuvas, com o trabalhador saindo de casa de madrugada e só retornando a noite sem qualquer providências que previnam contra a insalubridade; situação que é muito diferente na construção leve do Estado do Acre.